O superior, em qualquer organização, deve estar
atento às necessidades de seus subordinados, atendendo-as da melhor forma
possível.
Os psicólogos, em se tratando do comportamento
pessoal, falam de um princípio de aprendizado, denominado “lei do efeito”.
Segundo este princípio, a conduta que parece levar a uma recompensa tende
a se repetir, enquanto aquela que dela se desvia ou que parece uma punição tende
a ser evitada. Assim, a resposta dos subordinados obedece, normalmente, ao tipo
de regra em que estão sendo treinados. Se estiverem sendo treinados na
criatividade serão criativos; se na subalternidade, serão subalternos.
Um exemplo. Numa organização, em que os mais velhos
são sempre conduzidos aos postos de comando, pode surgir o seguinte problema:
lassidão de todos os envolvidos. Por quê? Se os mais velhos sabem de antemão
que irão para tal posto, não farão esforços para consegui-lo. Do mesmo modo os
mais novos. Sabendo que os mais velhos serão promovidos, automaticamente, não
farão esforços para tal ascensão. Nos dois casos, o mérito, que poderia gerar
produtividade, é relegado, podendo acarretar perdas inestimáveis para toda a
empresa.
A Psicologia lembra-nos de que a existência humana
é uma luta para satisfazer as suas múltiplas necessidades. Ensina-nos, também,
que tão logo uma necessidade seja satisfeita, mesmo que parcialmente, outras
pressionam e demandam esforços para atendê-las. Freud fala em impulsos
libidinosos, Jung a impulsos para confirmar e aclarar o próprio ego e Marx a um
determinismo econômico. Cada um deles vê parcialmente o problema. O problema da
subsistência é muito mais complexo do que simples teorias.
Em linhas gerais, há três tipos de necessidade:
as físicas, as sociais e as egoístas.
As necessidades físicas referem-se ao comer, ao vestir-se, ao
dormir etc. As necessidades sociais dizem respeito à
convivência em sociedade, tais como, o trabalho e o lazer. As necessidades egoístas têm
relação com o poder. Nesse caso, há uma ordem geral para que o indivíduo seja
alguma coisa, tenha um nome e alcance o sucesso. Essa impressão de querer ser
alguém, a qualquer custo, pode propiciar um atendimento errôneo das necessidades
e uma interpretação ambígua do meio ambiente.
O meio ambiente não é fato gerador. A ordem no
mundo não é senão aquela que cada indivíduo concebe para si próprio. Nesse
sentido, há inúmeros quebra-cabeças para chamar a nossa atenção entre o “fato
gerador” e a sua interpretação na cabeça da cada um. Exemplo: um indivíduo, de
cima de uma ponte, está olhando os patinhos nadarem em baixo. Ele observa que,
numa fila indiana, há dois patos na frente, dois no meio e dois atrás.
Pergunta: quantos patos são? A resposta óbvia: “seis”. No entanto há somente
quatro. Como se explica? Posicionando os nossos olhos no meio fila, haverá dois
patos na frente e dois atrás. Posicionando os nossos olhos no primeiro e no
quarto pato, sobrarão dois no meio.
Disto resulta que, o atendimento aos nossos desejos
depende do grau de necessidade atendida anteriormente e da maneira como estamos
vendo o mundo presentemente.
Fonte de Consulta
HAIRE, Mason. Psicologia Aplicada à
Administração. Tradução de José Neves de Sousa Pacífico. 2. ed., São Paulo:
Pioneira, 1974.
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