26 junho 2008

A Arte da Audição

Passamos a maior parte do nosso tempo ouvindo: rádio, televisão, palestras, aulas etc.; a sós, ouvimos a voz do nosso pensamento; ao falarmos em público, quem primeiro ouve são os nossos ouvidos. Mas, será que sabemos ouvir ativamente? Nossa atenção afasta-se, constantemente, do orador? Temos largos períodos de "sonhos acordados"? Conseguimos nos lembrar de muitas coisas que nos foram ditas?

Algumas experiências americanas sugerem que a velocidade do pensamento é quinhentas vezes maior do que a velocidade da fala (125 palavras por minuto). Como o pensamento é mais rápido do que a fala, surgem os "devaneios", a "fuga" e os "sonhos", que são o preenchimento do intervalo de tempo entre a fala e a audição. Para racionalizar esse hiato de tempo, convém reeducar os nossos hábitos de leitura e de audição. Nesse contexto, a fórmula para ouvir (S-I-O-A) é bastante pertinaz.

A fórmula (S-I-O-A) significa: Sintoniza – Informa – Ouve – Avalia. Antes de assistirmos a uma palestra, devemos sintonizar-nos com o título e com o comprimento de onda do orador. Enquanto o orador estiver falando, convém ir anotando questões, para serem respondidas durante a exposição. Não sejamos um "semi-ouvinte", mas um "ouvinte ativo", em que o expositor fala conosco e não para nós. Por fim, façamos uma avaliação do que foi dito, analisando os prós e os contras, e formulando publicamente a pergunta que não foi respondida durante o discurso.

Essa técnica não é novidade uma vez que a fazemos inconscientemente. O propósito é torná-la consciente em nossos atos do cotidiano. Como acontecem com a maioria de nossos hábitos, eles vão acomodando-se, caem no esquecimento e diminuem a nossa produtividade intelectual. Convém estar sempre lembrando e envidando novos esforços de aprendizagem para que se fixem indelevelmente em nossos Espíritos.

A audição para ser eficaz tem de ser ativa. Depois de entrarmos em contato com o padrão vibratório do orador, devemos concentrar-nos exclusivamente no conteúdo do tema, colocando o nosso pensamento um pouco à frente do que irá dizer. Estar inteiro naquilo que estiver fazendo, é uma verdade fundamental que jamais podemos perder de vista. É que espiritualmente ouvimos por todo o nosso ser e não somente pelos ouvidos materiais. Nesse sentido, muito auxiliam o desprendimento das preocupações e dos problemas de ordem material.

Tomemos consciência de nossa forma de ouvir. Não admitamos que os nossos ouvidos estacionem nas coisas negativas. Vejamos sempre o lado bom do acontecimento.

Fonte de consulta

O'MEARA, P., SHIRLEY, D. e WALSHE, R. D. Como Estudar Melhor. Lisboa, Editorial Presença, 1988.

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