27 junho 2008

Linguagem e Discurso

cérebro é o órgão mais volumoso do encéfalo, ocupando quase toda a caixa craniana. Pesa aproximadamente 1.100 gramas. Desempenha, entre outras funções, a do raciocínio e da linguagem. Nosso propósito é relacioná-lo com o discurso.

cérebro é um ordenador de palavras. Suponha que haja várias palavras anotadas numa folha de papel. O cérebro registra-as, procurando ordená-las logicamente. Por isso, quando cometemos um erro de linguagem, nosso cérebro põe-se logo a corrigir para dar sentido ao pensamento. Por exemplo, a indagação filosófica sobre o tempo deve ser feita através da questão: "Que é tempo?". Invertendo a ordem das palavras, ou seja, perguntando: "É que tempo?" ou "Que tempo é?", não atendemos ao objetivo proposto, embora, também, sejam questões filosóficas.

Expressamo-nos pela linguagem. O uso da palavra, articulada ou escrita deve ser ponderado, a fim de nos comunicarmos eficazmente com os nossos semelhantes. Para que a mensagem não se dilua, emissor e receptor devem estar em perfeita sintonia. Fazendo uso de nossa maquinaria cerebral, esforcemo-nos por bem exprimir o que pensamos. Somente assim criaremos o hábito de processar logicamente as ideias em nosso cérebro.

discurso de um ser mede a estatura espiritual de sua alma. Podemos usar palavras de efeito, mas comunicamos somente o que somos. Quando expressamos unicamente o conteúdo dos livros, tornamo-nos cópias dos autores. Porém, se refletirmos criteriosamente sobre os escritos, construiremos um sólido conhecimento. A partir daí, o nosso discurso adquire característica própria, que nos distingue dos demais.

A fala e a escrita são criativas. Começamos a falar e subitamente notamos que se desenvolvem novos pensamentos enquanto falamos; começamos a escrever o que sabemos, porém, muitas vezes, surgem novos conhecimentos enquanto se escreve. Para que a criatividade torne-se um fato concreto, precisamos de segurança pessoal, comunicação e atividade. Eis o fundamento básico para a criação de novos conteúdos da consciência.

O discurso, falado ou escrito, é mola propulsora de nosso desenvolvimento moral e intelectual. Saibamos exercitá-lo com confiança e determinação, a fim de melhor aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece.

Fonte de Consulta

PÖPPEL, E. Fronteiras da Consciência, a Realidade e a Experiência do Mundo. Rio de Janeiro, Edições 70, 1989.


Nenhum comentário: