28 junho 2008

Ver, Julgar, Agir

Ver-Julgar-Agir é um método de ensino. Ele pode ser, tranquilamente, aplicado em grupos pequenos, sejam quais forem os seus objetivos. No que ele consiste? Em exercitar o senso crítico, que é ter plena consciência dos nossos atos. Por quê? Há grupos que se formam somente para a ação; há grupos que se formam apenas para a reflexão. Neste caso, propõe-se a ação fundamentada na reflexão, reflexão esta auxiliada pela aplicação dos ensinos morais trazidos por Jesus Cristo.

O método ver-julgar-agir permite que os grupos tenham uma visão mais acurada da realidade. Muitos grupos arrumadinhos acabam formando quase que um gueto: todos pensam do mesmo modo, sem contradições, o que pode ocasionar o comodismo. Muitos nem sabem o que se passa ao seu redor, nos seus bairros, nas suas escolas, nem qual é o sentimento daqueles que os acompanham diuturnamente. É preciso, pois, quebrar essas amarras do pensamento. Como? Aplicando esse método em tudo o que passar pela nossa cabeça.

Há, na sociedade, muitos dispositivos para nos iludir. A propaganda, na televisão, por exemplo, quer nos vender produtos de que não temos necessidade. Observe com que tintas e com que cores são pintadas as propagandas de cigarros e bebidas. Vende-se a ideia de que, saboreando aquela bebida ou aquele cigarro, seremos pessoas importantes, teremos o nosso automóvel, conquistaremos parceiros ou parceiras bonitas e tudo o mais. Aí está a falsa realidade que precisa ser repensada.

Educação, como é comentada nos meios acadêmicos, pode tomar dois rumos bem diferentes: a) como "recipiente vazio"; b) como libertadora de consciência. Na educação tipo "recipiente vazio", também chamada "educação bancária", porque ela funciona como uma conta bancária, em que se deposita e saca-se dinheiro, não há manuseio das informações. Há o professor que explica e o aluno que aprende. Na educação libertadora, tanto o aluno quanto o professor aprendem.

Na educação para a liberdade, os alunos também ensinam. Observe que a tese espírita muito concorre para essa percepção. Segundo o Espiritismo, o Espírito já viveu muitas vidas. A idade física não tem muita relação com a idade intelectual e moral. Se um Espírito fez progressos em encarnações passadas, ele pode perfeitamente estar matriculado como aluno numa sala de aula, mas possuir mais conhecimento do que o professor que o ensina, de modo que ele, com sua experiência de outras vidas, pode também ser útil à propagação do ensino.

Olhemos tudo com muita atenção, procurando exercitar o juízo crítico, não de crítica. Posteriormente, lembremo-nos de colocar em prática o que foi exaustivamente refletido. Este é o método por excelência.

Fonte de Consulta

BORAN, J. O Senso Crítico e o Método Ver-Julgar-Agir: Para Pequenos Grupos. São Paulo: Loyola, 1971.

 

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