17 novembro 2010

Folha em Branco

O que fazer diante de uma folha em branco? Escrever? Desenhar? Rabiscar? Rasurar? Pintar? Pensar numa tabula rasa? Escrever imediatamente algo para se ver livre da falta de assunto? Esperar aparecer as ideias criativas na mente? Como agir em função de um prazo estipulado?

A folha em branco não tem pressa; ela está ali, imóvel, esperando ser aproveitada da melhor forma possível. A preocupação é do escritor que terá de preenchê-la. Pensamos: será que aquilo que eu vou colocar ali será útil, servirá para alguém? O que pensarão a respeito do que eu vou escrever? Vão gostar? Vão jogar no lixo? Os escritos passarão despercebidos? Nada disso importa. Vale mais o exercício do que a expectativa de crítica. O importante é o exercício da criatividade.

A criatividade é uma palavra de difícil definição, mas uma coisa é certa: ela não cai do céu gratuitamente, pois nada vem do nada. Às vezes uma boa ideia, um insight é fruto de dias, semanas, meses ou mesmo anos de labuta. Observe a biografia de grandes cientistas: muitos deles esperaram anos a fio para poderem gritar eureka!, eu achei.

De vez em quando deveríamos relaxar e deixar que a nossa mente capte pensamentos do além, como fonte renovadora de nossa existência. Por isso, tenhamos sempre à mão lápis e papel, para não deixarmos que uma boa ideia genial se evapore por falta de registro, no exato momento em que apareceu.

A ideia anotada pode parecer banal. Não importa. É possível que depois ela se transforme em algo incomum, original, genial. Observe as novelas e os filmes: a maioria deles giram sobre o mesmo assunto, mas sempre com inovações do enredo.

05 novembro 2010

Nossa Ginástica Mental de Cada Dia

“Força mental é exercício, não descanso.” Alexander Pope, poeta do século XVIII.

Passando em frente de uma academia mental, um indivíduo resolve entrar e submeter-se ao questionamento do responsável. Depois de várias perguntas e respostas, ouve o seguinte: “você está mentalmente fora de forma”. “Se o seu cérebro fica à toa, sem exercitar, os músculos mentais ficam fracos”. Isso pode causar a “prisão de ventre mental”.

Anatomia da boa forma mental. É preciso aprender a dispor de tempo para absorver a intensidade de um objeto, de um fato, de uma dada situação. A decisão precipitada pode ocasionar muitos transtornos futuros. Quanto mais se pensa, por exemplo, sobre a laranja, maior é o número de ideias, associações e conexões na imaginação. Cada vez que dirigirmos nossa mente para uma tarefa que exige concentração, estaremos fortalecendo a força mental.

Algumas perguntas: estamos mentalmente em forma? Nosso cérebro fica à toa? Temos sido inovadores e criativos? Temos resistido ao novo? Sabemos relaxar? Como está a nossa concentração? Aplicamo-nos ao estudo com a devida profundidade? Por que a mente de algumas pessoas é ágil e de outras lenta, sonolenta?

Tom Wujec, em seu Manual de Ginástica Mental: Como Aproveitar ao Máximo sua Capacidade de Raciocínio e Adquirir maior Rapidez Mental, dá-nos, em suas 12 estações, algumas instruções: 1) Relaxando; 2) Movimento Mental; 3) Halterofilismo Mental; 4) Ginástica Mental I; 5) Ginástica Mental II; 6) Força Mental; 7) Jogos Mentais; 8) Lembrando-se; 9) Flexibilidade Mental; 10) Equilíbrio Mental; 11) Improvisando; 12) Desempenho Máximo.

Como há uma íntima relação entre tensão física e tensão psíquica, sugere que tornemos um hábito o relaxamento do corpo. Para ele, relaxar a mente significa abandonar a necessidade de acompanhar cada pensamento que passa pelo nosso cérebro. A mente concentrada não desperdiça pensamentos; sabe que quanto mais se força a mente, mais difícil se torna a concentração.

Ele diz: “Na próxima vez que sentir tédio em uma reunião, expulse a monotonia procurando aspectos positivos”. A respeito da atenção, cita William James: “A atenção é mais fácil quanto mais rico o aprendizado e quanto mais fresca e original for a mente. O intelecto que não dispõe de material, estagnado e corriqueiro, dificilmente poderá deter-se num assunto por muito tempo”.

22 setembro 2010

Curso de Memorização e Leitura Dinâmica (Módulo I)

"A verdadeira arte da memorização é a arte da atenção".
Samuel Johnson


Os principais tópicos do Curso de Memorização e Leitura Dinâmica são:
Módulo 1: Memorização
  • Atenção, Observação e Associação
  • Inconsciente Coletivo
  • Testes
  • Concentração
  • Registros Cerebrais
  • Técnicas de Concentração
  • Exercício Respiratório
  • Técnicas de Ligação Mnemônicas
  • Encadeamento
  • Técnicas de Fixação Mnemônicas
  • Alfabeto Fonético
  • Palavras de Fixação
  • Como Memorizar Discursos, Artigos, etc.
  • Como Memorizar Datas
  • Como Memorizar Números de Muitos Dígitos
  • Como Memorizar Nomes e Fisionomias
  • Como Memorizar Características Pessoais
  • Como Memorizar Prenomes e Telefones
  • Conclusão - Memorização
É importante considerar que as habilidades são regidas por leis. A primeira estipula:
Toda habilidade desenvolve-se com a prática, até as respostas se tornarem automáticas e instintivas.
A segunda lei determina:
A habilidade deteriora-se quando não é aplicada, acabando por perder-se, se negligenciada.
Edward Lee Thorndike, psicólogo norte-americano, autor de trabalhos sobre dificuldades na aquisição de conhecimentos, autoridade em educação de adultos, declarou: A idade não é empecilho para a aprendizagem de novas profissões ou qualquer coisa que se queira fazer, em qualquer etapa da vida.
Mnemônica é aquilo que ajuda a memória, a arte de desenvolver a memória através de técnicas auxiliares, para reter com mais facilidade o que se quer aprender.
Anotações extraídas do curso:
  • Os olhos não podem ver quando o cérebro está ausente.
  • “A memória é o tesouro e a guardiã de todas as coisas”. Cícero
  • Não existe memória fraca, o que existe é memória mal treinada.
  • Para lembrar de algo, obrigue-se a ficar interessado.
  • O cérebro pode ser reestruturado. É nisso que consiste os exercícios de memorização.
  • As técnicas de ligação mnemônicas devem ser ridículas e ilógicas.
  • “Não existe esquecimento. Uma vez impressos na mente os traços são definidos”. Thomas de Quincey

Inscreva-se no Curso de Memorização e Leitura Dinâmica

06 agosto 2010

Leitura em Voz Alta

Exercitemos a leitura em voz alta; ela é uma verdadeira arte e, talvez, bem mais difícil e complexa do que a representação teatral. A leitura em voz alta educa os músculos da fonação e da articulação, disciplinando os movimentos respiratórios. Ajuda-nos, também, a ouvir melhor e prestar mais atenção aos discursos.

Diz-se que a memória retém mais fortemente a palavra ouvida que o vocábulo lido. Nesse caso, uma boa técnica é gravar a palestra (ou aula) e ouvi-la, para depois transmiti-la ao público. Além de fixar melhor as ideias, o orador aprenderá a expô-las de modo vivo, com frases bem feitas, naturais e agradáveis.

Para encontrar o tom de uma frase, façamos uso desses exemplos: 1) “Bom dia, como está você?” (tom médio da voz); 2) depois da chuva forte, encontramos um táxi e perguntamos: “Está livre?” (tom agudo); 3) ao virarmos uma esquina, encontramos uma pessoa bêbada e dizemos: “Que horror!” (tom grave da voz)

Lembremo-nos de que cada vocábulo tem um só acento tônico. O acento tônico de verdadeiramente é men; o de fertilidade, da. O Dr. Oliveira Guimarães, diz que nossa língua tende para o ritmo binário e ternário, ora sílaba forte, ora sílaba fraca. Exemplos: 1) Casa [Ca (forte); sa (fraca)]; 2) Lâmpada [Lâm (forte; pa (fraca); da (fraca)]; 3) Papai [Pa (fraca); pai (forte)]

Instruções para a boa respiração:

1) Manter a posição do tórax reta e completamente livre.

2) Nunca se pronuncie um som que seja, quando estiver inspirando.

3) Nunca respire no meio de uma palavra, no meio de uma frase.

4) Nunca esperar que os pulmões se esvaziem completamente de ar para enchê-los.

5) Procurar as vogais, principalmente a conjunção e, quando se vai dar a passagem de um membro da frase para outro e aí respirar.

Mais conselhos práticos:

1) Nunca emitir um som sem ter os pulmões cheios de ar.

2) Respirar bem. Nunca falar, inspirando.

3) Nunca forçar a voz, principalmente quando se está resfriado ou enfermo.

4) Não falar ao ar livre, máxime, no tempo frio.

5) Evitar o fumo, o álcool, as pastilhas cáusticas, os agasalhos do pescoço.

6) Nunca falar, quando houver barulho ao derredor, para não forçar as cordas vocais.

7) Ficar em silêncio entre uma conversa e outra entre uma em voz alta e outra consecutiva, e muito mais entre dois discursos. As cordas vocais necessitam de repouso.

8) Parar imediatamente ao se sentir cansado.

9) Nunca atender a bis.

Fonte de Consulta:

BUENO, Silveira. Manual de Califasia, Califonia, Calirritmia, e a Arte de Dizer. 7. ed., São Paulo: Saraiva, 1966.

 

04 agosto 2010

Dicas para Ler em Público

1. Treinar a leitura. Nada de ler sem um preparo anterior.

2. Ler o texto de trás para frente e vice-versa.

3. Destacar as palavras chave (em negrito) para a entonação da voz.

4. Fazer marcações das pausas, inflexões e ênfases expressivas.

5. Formatar o texto com fonte grande e espaço duplo. Se possível, usar apenas os dois terços superior da página.

6. Procure saber o significado de todas as palavras do texto.

7. Preste atenção à pontuação do texto. É bom saber por que uma vírgula está em determinado lugar e não um ponto final.

8. Variar as inflexões conforme o sentimento sugerido da frase.

9. Desgrude os olhos do papel. Olhe para o público a cada duas ou três palavras ditas ou antes das pausas mais expressivas.

10. Pronunciar a última frase de seu discurso ou apresentação sem olhar para o texto dá bons resultados. Decore a frase e na hora baixe o papel com o braço estendido ao lado do corpo, isso vai lhe conferir um certo ar de improviso e segurança.

Fonte de Consulta:

http://itodas.uol.com.br/carreira/10-dicas-para-ler-em-publico/ em julho de 2010



23 junho 2010

Grandes Estrategistas e Administração

Em administração, faz-se analogia com quase tudo: místicos e religiosos, pensadores e filósofos e grandes estrategistas de guerra. Dunnigan, no livro A Sabedoria dos Maiores Estrategistas, examinou as táticas e técnicas das guerras de Alexandre, o Grande, Júlio César, Carlos Magno, Gengis Khan etc., comparando-as com as atuações dos gerentes das empresas modernas.

Para ele, Júlio César (100–44 a.C.) foi um comunicador supremo. Por isso, enfatiza que a comunicação é o grande segredo para que algo seja concretizado. Nesse caso, os gerentes, à semelhança dos grandes guerreiros, devem aprender a se comunicar com diversos tipos de pessoas: subordinados, superiores, colegas, parceiros estratégicos, imprensa e concorrentes. Caso não o façam, estarão sujeitos ao fracasso.

Alexandre, o Grande (356–323 a.C.), ao liderar os exércitos gregos na conquista do Império Persa, vislumbrou-nos a coragem de enfrentar dificuldades, inclusive a própria morte. A coragem de enfrentar a morte não é privilégio somente de Alexandre, mas de quase todos os estrategistas de guerra. Os gerentes, baseando-se nos feitos desses grandes guerreiros, devem ter a coragem de tomar decisões. “Se o líder de uma empresa não tiver coragem de enfrentar tarefas difíceis, os seus subordinados também não o farão”. O líder deve ter, também, muita coragem para admitir que cometeu determinado erro.

Liderar pelo exemplo. Os grandes comandantes nunca mandaram fazer algo que não puderam ter feito antes. Diz-se que “o exemplo corrige mais que as repreensões”. Passando para o lado da gerência. Se os gerentes quiserem que os funcionários façam horas extras, fiquem além do horário preestabelecido, ele deverá ser o primeiro a fazê-lo. Como gerentes, devemos ter em mente que o exemplo contagia.

Planejamento, organização, flexibilidade, treinamento, disciplina e visão de longo prazo são termos usados nas guerras; usando-os no dia-a-dia, os gerentes nada perdem e muito ganham com essa determinação.

Fonte de Consulta

DUNNIGAN, J. MASTERSON, D. A Sabedoria dos Maiores Estrategistas: Táticas e Técnicas de Guerra em Administração. Tradução de Eduardo Lassere. São Paulo: Futura, 2001.

 

 

16 junho 2010

Zen e a Clareza da Mente

Para alcançar verdadeira clareza da mente, o Zen propõe que a pessoa busque o “vazio” mental. O vazio nada mais é do que um estado mental sem preconceitos. De posse deste vazio, a mente não procura definir e interpretar as coisas; desprezando opiniões e visões, a mente consegue focar a realidade, sem subjetividade e sem as limitações da percepção.

O mestre Zen Shoushan mostrava uma vara e dizia: “Ao chamar isso de vara, você está se apegando. Ao não chamar de vara, você está ignorando. Então, que nome você dá a isso?” Esse koan elucida-nos sobre a clareza da mente. Ao nomearmos um objeto, apegamo-nos a ele, em virtude da definição preconcebida que o acompanha. Ao definir, ficamos bloqueados no seu conceito e não apreendemos a totalidade do objeto. É importante que a nossa visão ultrapasse a percepção física dos objetos.

O nível de inteligência de uma pessoa está sempre evoluindo. O cérebro reage positivamente à presença de estímulos; negativamente, na ausência deles. É preciso estar sempre alimentando o cérebro para ele não perder a sua força e a sua capacidade de memorizar e raciocinar. Da mesma forma que um músculo se atrofia por falta de uso, o cérebro se retrai por falta de informações.

A capacidade de focar é uma questão de disciplina mental. A disciplina mental depende muito de treinamento. Uma mente indisciplinada, por exemplo, não consegue manter-se focada em um problema para pensar claramente em uma solução. Ela se distrai, pois quer estar em muitos lugares ao mesmo tempo. É o caso das pessoas que começam muitas coisas, mas não chegam ao fim de nenhuma delas. É como a pessoa que perde a floresta em nome da árvore.

Algumas frases para adquirir a clareza da mente:

Não deixar que a mente pense que sabe uma resposta antes de realmente conhecer a resposta.

Não confundir opinião com fatos

Não limitar a realidade das coisas, impondo definições, por natureza, incompletas.

Não deixar que emoções definam os parâmetros de compreensão.

Não deixar que a mente bloqueie tudo o que os sentidos são capazes de perceber.

Não deixar que a mente pressuponha que os sentidos possam perceber todas as realidades.

Fonte de Consulta

DIFFENDERFFER, Bill. O Líder Samurai: Liderando com a Coragem, a Integridade e a Honra do Código Samurai. Tradução de Márcia Nascentes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

 

 

21 abril 2010

Comunicação e Interesse

“O sapato que seve no pé de uma pessoa aperta o da outra. Não existe uma receita de vida que sirva para todos os casos.” Carl Jung.

Aristóteles, no seu livro Retórica, já nos descortinava que o interesse implicava em ativar a memorização. Ninguém esquece uma marca, uma música, um filme e um diálogo em que esteve presente o interesse do sujeito. Por isso, a comunicação tem uma perfeita relação com o interesse.

Comunicação e interesse se relacionam com a persuasão. Na persuasão, levam-se em conta três pontos fundamentais: 1) caráter de quem fala; 2) forma de pensar da audiência; 3) palavras escolhidas pelo orador.

Presentemente, a mídia tem procurado avivar o interesse do consumidor pelos anúncios digitais, aqueles veiculados na rede da internet. Ao ligarmos o nosso computador e acionarmos qualquer página, haverá a propaganda, propaganda esta que procura chamar a nossa atenção, descortinar a nossa curiosidade para que consultemos algo, tendo por objetivo a compra do produto.

Os anúncios têm a incumbência de atender a necessidades. O Adsense, do Google, sempre traz anúncios a respeito do título da página. O mesmo deveríamos fazer com relação às pessoas que nos ouvem. Atender aos seus interesses, mas de forma objetiva e clara. Nada de divagações, nada de comunicar o que não quer ouvir. Deve-se equilibrar o conteúdo emocional e racional.

Atingindo o interesse, o público sempre se lembrará de nós.




14 abril 2010

Aprendizagem Contínua

Questão: como tornar contínua a nossa aprendizagem?

Sentenças: “Você nunca para de aprender”; “Nunca se é velho demais para aprender”; “Todos os dias aprendemos algo novo”.

Dificuldade: fomos instruídos a encher o cérebro de informações; o pensar pela nossa própria cabeça ficou em segundo plano.

Característica da aprendizagem contínua: há liberdade para questionar e discordar; a experiência deve atender às necessidades individuais; os instrutores preocupam-se com os alunos; há muita tolerância com relação ao erro; os aprendizes têm tempo para refletir; estimula-se o ritmo próprio de aprendizagem; todos são forçados a sair da zona do conforto.

Para aprendermos por toda a vida, devemos sempre nos colocar como principiantes. O que é que um principiante faz? Ele tem dúvida, ele questiona, quer saber como as coisas funcionam. Não se contenta com uma única explicação; busca informações com pessoas experientes, em livros e na Internet.

desapego ao cargo é sumamente importante para a aprendizagem continua. Quando nos valemos do que somos, parece que já dominamos tudo. Não tendo a muleta da posição, procuramos novas maneiras de fazer as mesmas coisas.

A aprendizagem contínua diz respeito a uma análise reflexiva de nosso próprio ser. Para tanto, o ser humano deve estar inteiramente naquilo que estiver fazendo. Caso contrário, não atinge a plenitude do seu ser, que é a sua evolução moral e espiritual.

Tiremos proveito das parábolas contadas por Jesus: a cada nova leitura, novas aprendizagens são percebidas.

06 março 2010

Argumento e Argumentação

Não pensemos que argumentar é expor os nossos preconceitos de forma diferente. Argumentar é apresentar razões que fundamentam uma conclusão. Os argumentos, nesse caso, ajudam a pensar por nós mesmos, no sentido de defendermos os nossos pontos de vista. O primeiro passo para se compor um argumento é perguntar: O que queremos provar? Qual é a conclusão.

Para bem argumentar, devemos nos ater a algumas regras. Eis algumas delas: apresentar as ideias numa ordem natural; partir sempre de premissas confiáveis; reorganizar os argumentos até encontrar a ordem mais natural; ser concreto e conciso; evitar termos abstratos, vagos ou genéricos; evitar a linguagem apelativa; usar um termo sempre no mesmo sentido, evitando a ambiguidade; para generalizar, usar mais de um exemplo.

As técnicas de argumentação são muito úteis para a construção do pensamento próprio. Por meio delas podemos detectar uma falácia, uma ambiguidade, uma má colocação de palavras, o logro político, a falta de lógica nos raciocínios e as premissas frágeis. Aprendemos também a usar o contraexemplo, no sentido de testar a solidez de nossos raciocínios ou mesmo para nos defendermos das más colocações alheias.

Suponha que uma pessoa chega até nós e faça a seguinte afirmação: toda a humanidade é egoísta. Nós, em contrapartida, poderíamos lhe dizer que o nosso vizinho é dedicado ao seu filho. Ela poderia retrucar que o nosso vizinho está fazendo o que quer fazer, e isso continua a ser egoísmo. Observe que essa pretensa pessoa usou o termo egoísmo em dois sentidos diferentes: no primeiro caso o egoísmo refere-se ao comportamento interesseiro, egocêntrico; no segundo, ele estende o termo para ações não-egoístas.

Para uma boa generalização, devemos reunir mais de um exemplo. Mesmo assim, podemos representar mal o universo sobre o qual está sendo feita a generalização. As pesquisas sobre eleições ilustram essa afirmação. Podemos dizer: todo o mundo no meu bairro apoia fulano de tal; consequentemente, ele vai ganhar as eleições. E os outros bairros e as outras cidades? Devemos usar uma amostragem representativa de todo o universo dos eleitores.

Como vemos, há muitos detalhes a serem tratados na argumentação. O importante é estar atento ao que dizem as pessoas, principalmente com os números e os aumentos percentuais.




03 março 2010

Signo e Comunicação

O ser humano se vale de diversos signos para se comunicar. Para que um objeto qualquer seja um signo de comunicação, ele deve conter alguma informação. Sem isso, é mero objeto. A luz não é signo. Pode, contudo, se tornar signo, quando usada em determinada circunstância. Observe a luz vermelha nos semáforos. O vermelho significa que os motoristas devem parar o seu veículo. A cor verde, por sua vez, mostra que ele pode prosseguir o seu trajeto.

Muitos signos transmitem naturalmente a sua informação. As nuvens escuras são indícios de chuva, uma faixa branca no céu indica que acaba de passar um avião a jato, a febre é sintoma de alguma doença. Vemos, assim, que o signo é um objeto, ação ou fenômeno que se pode perceber por meio dos sentidos e que contém algum tipo de informação. Ainda: na comunicação, os signos são empregados como intermediários.

Os ícones, que se caracterizam pela sua semelhança ou analogia com o objeto, são também formas de signo. A fotografia de um edifício mostra o que o edifício é. O desenho de um presidente da república representa o próprio presidente. Na mídia, tanto escrita quanto falada, recorre-se a muitos ícones. Pelé, como figura, é um ícone por excelência, pois ele é mundialmente conhecido.

Os símbolos são signos inventados. Nesse caso, a relação entre o signo e o objeto é convencional. Por tratar-se de algo conhecido, há necessidade de alguém que saiba interpretar o referido símbolo. A aliança é o símbolo do casamento. Por quê? Porque é um anel usado para simbolizar um compromisso e a união afetiva entre duas pessoas, em noivados e cerimônias de casamento.

O signo linguístico, que contém um significado e um significante, é um acordo entre pessoas. As palavras pronunciadas são apenas manifestações do signo linguístico, mas não o próprio signo, pois este só existe na mente. No signo linguístico árvore, a imagem de alguns sons (á – r – v – o – r – e), junto com a imagem mental da árvore, adquire um significado global que constitui o signo.



08 fevereiro 2010

Líder Motivador

“Nada de grandioso jamais foi criado sem entusiasmo.” Ralph Waldo Emerson

meta do verdadeiro líder deve estar centrada na motivação das pessoas. Para que obtenha êxito nesta tarefa, deve, em primeiro lugar, motivar a si mesmo, pois o exemplo educa muito mais que as repreensões. Imaginemos a seguinte situação: como é que um médico pode convencer o seu paciente a largar de fumar se ele prescreve a receita com um cigarro à mão? Há muitos pensamentos sobre liderança. Reflitamos sobre alguns deles.

Os donos e as vítimas. As pessoas que o líder dirige pertencem a duas categorias: os donos e as vítimas. As que se portam como donos têm responsabilidade, sabem o que querem na vida e não medem esforços para conseguir os seus objetivos. As que se colocam como vítimas estão sempre reclamando, contando as suas histórias infelizes, culpando o governo e os outros pela sua condição sofredora. O líder deve sopesar cada um dos casos para poder liderar com eficácia.

Empregado não-produtivo. Se um empregado não produz a contento, ele está com algum conflito. Por mais que se insista com ele, o retorno é baixo para a empresa. Haverá mais ganho investir no empregado produtivo. Algumas pesquisas apontam que os gerentes perdem mais de 70% de seu tempo tentando fazer pessoas não-produtivas produzirem. E a maioria dos produtivos, quando muda de emprego, faz isso porque não recebeu atenção suficiente. De acordo com Peter Drucker, “quando não há comprometimento, existem apenas promessas e esperanças... não planos”.

Bancando o bombeiro. Os bombeiros existem para apagar incêndios. Se o líder está apenas apagando incêndios, falta-lhe tempo para pensar, criar e inovar. Às vezes nos deixamos influenciar pela situação do momento, quer sejam as falsas opiniões, quer sejam os melindres, que poderiam ser enterrados no nascedouro. Tentando apaziguar o diz que diz que, podemos postergar uma ação de marketing, que poderia resultar em maiores lucros para a empresa.

Ouvir mais e falar menos. O líder deve estar aberto a todo tipo de mudança, comentário ou crítica que surgir em seu caminho. Para captar as mudanças que estão por vir, deve desenvolver o senso da audição. Ouvindo mais e falando menos vai entrando no âmago das questões. Geralmente, quando nos colocam numa posição de comando, pensamos que precisamos saber de tudo, estar a par de todas as novidades, ensinar, falar. Captar o que está acontecendo aqui e agora tem mais substância.

feedback, mesmo negativo, é essencial. O líder nunca deveria se eximir do feedback. Observe um prisioneiro colocado na solitária. Ele sente-se o pior dos mortais, pois não tem contato e nem feedback com outro ser humano. Do mesmo modo é o líder que não recebe crítica ou elogio. Ele acaba ficando com a sua própria crítica e o seu próprio elogio, o que não é muito bom, pois o primeiro impulso do ser humano é pensar em suas fraquezas e não em suas potencialidades.

O líder pode muito, desde que esteja fazendo as coisas certas. Uma mente, concentrada em sublimes objetivos, é um poderoso estimulante para as demais.




07 fevereiro 2010

Frases sobre Liderança

"Não apenas uso todos os cérebros de que disponho como todos os que posso pedir emprestado". Woodrow Wilson

"Você não pode mudar as pessoas. Você deve ser a mudança que deseja ver nelas". Gandhi

"Os grandes homens são os que percebem que o pensamento é mais forte do que qualquer força material. Os pensamentos governam o mundo". Ralph Waldo Emerson

"Liderança é a arte de conseguir que uma pessoa faça o que você quer porque ela deseja fazê-lo". Dwight Eisenhower

"Não diga aos outros como fazer as coisas, mas o que fazer, e deixe que o surpreendam com os resultados". George S. Patto

"Os que seguem a parte de si mesmo que é grande se tornarão grandes. Os que seguem a parte que é pequena se tornarão pequenos". Mêncio, filósofo chinês

"Os que demoram mais a fazer uma promessa são os mais fieis na hora de cumpri-la". Jean Jacques Rousseau

"Não há nada tão inútil como fazer eficientemente o que não se devia fazer de modo algum". Peter Drucker

"O melhor executivo é aquele que tem sensibilidade para escolher as pessoas certas para executar o que ele deseja e autodomínio para evitar atrapalhá-las enquanto elas fazer o trabalho". Theodore Roosevelt

"Líderes não criam seguidores. Criam outros líderes". Tom Peters

"Em questões de estilo, nade com a corrente; em questões de princípios, fique firme como uma rocha". Thomas Tefferson

"Uma vida de reação é uma vida de escravidão – intelectual e espiritual. É preciso lutar por uma vida de ação". Rita Mãe Brown

"Puxe a corda, e você obterá o que quer. Empurre-a, e não obterá nenhum resultado". Dwight D. Eisenhower

"Quando estou me preparando para convencer alguém, passo um terço do tempo pensando sobre mim mesmo, o que vou dizer, e dois terços do tempo pensando sobre a pessoa e o que ela vai dizer". Abraham Lincoln

"Comece fazendo o que é necessário, a seguir o que é possível e de repente estará fazendo o impossível". São Francisco de Assis

"Há muita gente pensando mais em segurança do que em oportunidade. Parecem ter mais medo da vida do que da morte". James F. Byrnes

"Considere sempre fácil o que precisa fazer, e será". Emile Coue

"A melhor maneira de ter uma boa ideia é ter uma porção de ideias". Linus Pauling

"Eu me divirto mais e tenho mais sucesso financeiro quando paro de tentar obter o que quero e começo a ajudar os outros a obter o que querem". Spencer Johnson

"As pessoas podem ser divididas em dois tipos: as que vão adiante e fazem algo e as que ficam paradas e perguntam: “por que isso não foi feito de outro modo?” "Oliver Wendel Holmes

"Nada é tão fatigante do que a eterna pendência de uma tarefa não concluída." William James

"A primeira lei do sucesso é a concentração; fazer todas as energias convergirem para um único ponto e ir diretamente a ele, sem olhar para a direita nem para a esquerda". William Mattews

"Se suas ações inspiram os outros a sonhar mais, aprender mais, fazer mais e se tornar algo mais, você é um líder". John Quincy Adams

"Não seja tímido e melindroso em suas ações. Tudo na vida é uma experiência. Quanto mais você experimentar, melhor". Ralph Waldo Emerson

"Afogado em dados, mas à míngua de informações". Ruth Stanat

"Eu sempre disse que, se fosse rico, contrataria um elogiador profissional". Osbert Sitwell

"Noventa e nove por cento dos fracassos acontecem com pessoas que têm o hábito de se justificarem". Henry B. Adams

"A razão pela qual a maior parte dos objetivos não é atingida é que gastamos o nosso tempo fazendo primeiro as coisas secundárias". Robert J. Mackain

"O chefe produz medo; o líder, autoconfiança. O chefe aponta os culpados; o líder corrige os equívocos. O chefe sabe tudo; o líder faz perguntas. O chefe faz do trabalho um fardo; o líder o torna interessante". Russel H. Ewing

"As pessoas querem saber a diferença entre o líder e o chefe. O líder trabalha em aberto, e o chefe, encoberto. O líder lidera e o chefe dirige". Theodore Roosevelt

 


29 janeiro 2010

Aula versus Palestra

Distingamos, na comunicação de conhecimentos, a noção de aula da de palestra. Não sejamos como aquele expositor que, como instrutor, era um excelente conferencista. Na aula, seguimos uma programação de temas, conectados uns com os outros. Embora cada tema tenha o seu objetivo particular, ele não pode se afastar do objetivo do curso como um todo, sob pena de desfigurar o próprio curso.

Os temas das palestras são propostos aleatoriamente. Na maioria das vezes, sugeridos pelos próprios expositores. Às vezes, o expositor quer aprofundar alguma determinada matéria. O que ele faz? Pensa sobre o tema, consulta livros, navega na Internet, ouve outros conferencistas etc. Depois de absorver as informações desejadas, sente-se no dever de transmiti-las aos demais seres humanos. Aqui, não há necessidade de um tema se relacionar com outro.

A didática da aula não pode ser igual à da palestra. Numa aula, podemos empregar várias técnicas de ensino, tais como, fazer grupos de estudo, trabalhar o tema em forma de perguntas e repostas, colocar perguntas embaixo das cadeiras e pedir para o aluno respondê-la ou fazê-la aos outros colegas de classe. A maiêutica socrática pode ser usada à exaustão, pois com ela faz-se o aluno pensar e tentar buscar com os demais colegas uma resposta adequada aos problemas que lhe são apresentados.

Na palestra, o expositor discorre sobre um determinado tema. Tendo em mente uma ideia central, divide o seu discurso em partes, tais como introdução, desenvolvimento do tema e conclusão. Ele geralmente fala durante um determinado tempo, sem que haja perguntas ou interrupções da plateia. No final de sua oratória, abre espaço para perguntas ou dúvidas dos ouvintes. Na palestra, o orador transmite uma grande quantidade de informações em pouco espaço de tempo.

Façamos um resumo comparativo. Na aula, dialoga-se; na palestra, expõe-se. Na aula, há uma conexão dos temas; na palestra, os temas são variados. Na aula, procura-se informar menos e discutir mais; na palestra, informa-se mais e discute-se menos. Na aula, há uma ligação mais estreita entre aluno e professor; na palestra, a ligação entre o orador e o ouvinte é passageira.

Na qualidade de expositores, reflitamos sobre esses detalhes, porque transformar uma aula numa palestra pode ser muito enfadonho aos alunos, sequiosos de conhecimento.