06 agosto 2010

Leitura em Voz Alta

Exercitemos a leitura em voz alta; ela é uma verdadeira arte e, talvez, bem mais difícil e complexa do que a representação teatral. A leitura em voz alta educa os músculos da fonação e da articulação, disciplinando os movimentos respiratórios. Ajuda-nos, também, a ouvir melhor e prestar mais atenção aos discursos.

Diz-se que a memória retém mais fortemente a palavra ouvida que o vocábulo lido. Nesse caso, uma boa técnica é gravar a palestra (ou aula) e ouvi-la, para depois transmiti-la ao público. Além de fixar melhor as ideias, o orador aprenderá a expô-las de modo vivo, com frases bem feitas, naturais e agradáveis.

Para encontrar o tom de uma frase, façamos uso desses exemplos: 1) “Bom dia, como está você?” (tom médio da voz); 2) depois da chuva forte, encontramos um táxi e perguntamos: “Está livre?” (tom agudo); 3) ao virarmos uma esquina, encontramos uma pessoa bêbada e dizemos: “Que horror!” (tom grave da voz)

Lembremo-nos de que cada vocábulo tem um só acento tônico. O acento tônico de verdadeiramente é men; o de fertilidade, da. O Dr. Oliveira Guimarães, diz que nossa língua tende para o ritmo binário e ternário, ora sílaba forte, ora sílaba fraca. Exemplos: 1) Casa [Ca (forte); sa (fraca)]; 2) Lâmpada [Lâm (forte; pa (fraca); da (fraca)]; 3) Papai [Pa (fraca); pai (forte)]

Instruções para a boa respiração:

1) Manter a posição do tórax reta e completamente livre.

2) Nunca se pronuncie um som que seja, quando estiver inspirando.

3) Nunca respire no meio de uma palavra, no meio de uma frase.

4) Nunca esperar que os pulmões se esvaziem completamente de ar para enchê-los.

5) Procurar as vogais, principalmente a conjunção e, quando se vai dar a passagem de um membro da frase para outro e aí respirar.

Mais conselhos práticos:

1) Nunca emitir um som sem ter os pulmões cheios de ar.

2) Respirar bem. Nunca falar, inspirando.

3) Nunca forçar a voz, principalmente quando se está resfriado ou enfermo.

4) Não falar ao ar livre, máxime, no tempo frio.

5) Evitar o fumo, o álcool, as pastilhas cáusticas, os agasalhos do pescoço.

6) Nunca falar, quando houver barulho ao derredor, para não forçar as cordas vocais.

7) Ficar em silêncio entre uma conversa e outra entre uma em voz alta e outra consecutiva, e muito mais entre dois discursos. As cordas vocais necessitam de repouso.

8) Parar imediatamente ao se sentir cansado.

9) Nunca atender a bis.

Fonte de Consulta:

BUENO, Silveira. Manual de Califasia, Califonia, Calirritmia, e a Arte de Dizer. 7. ed., São Paulo: Saraiva, 1966.

 

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