Exercitemos a leitura em voz alta; ela é uma
verdadeira arte e, talvez, bem mais difícil e complexa do que a representação
teatral. A leitura em voz alta educa os músculos da fonação e da articulação,
disciplinando os movimentos respiratórios. Ajuda-nos, também, a ouvir melhor e
prestar mais atenção aos discursos.
Diz-se que a memória retém mais fortemente a
palavra ouvida que o vocábulo lido. Nesse caso, uma boa técnica é gravar a
palestra (ou aula) e ouvi-la, para depois transmiti-la ao público. Além de
fixar melhor as ideias, o orador aprenderá a expô-las de modo vivo, com frases
bem feitas, naturais e agradáveis.
Para encontrar o tom de uma frase, façamos uso
desses exemplos: 1) “Bom dia, como está você?” (tom médio da
voz); 2) depois da chuva forte, encontramos um táxi e perguntamos: “Está livre?”
(tom agudo); 3) ao virarmos uma esquina, encontramos uma pessoa bêbada e
dizemos: “Que horror!” (tom grave da voz)
Lembremo-nos de que cada vocábulo tem um só acento
tônico. O acento tônico de verdadeiramente é men; o
de fertilidade, da. O Dr. Oliveira Guimarães, diz que nossa
língua tende para o ritmo binário e ternário, ora sílaba forte, ora sílaba
fraca. Exemplos: 1) Casa [Ca (forte); sa (fraca)]; 2) Lâmpada [Lâm (forte; pa
(fraca); da (fraca)]; 3) Papai [Pa (fraca); pai (forte)]
Instruções para a boa respiração:
1) Manter a posição do tórax reta e completamente
livre.
2) Nunca se pronuncie um som que seja, quando
estiver inspirando.
3) Nunca respire no meio de uma palavra, no meio de
uma frase.
4) Nunca esperar que os pulmões se esvaziem completamente
de ar para enchê-los.
5) Procurar as vogais, principalmente a conjunção
e, quando se vai dar a passagem de um membro da frase para outro e aí respirar.
Mais conselhos práticos:
1) Nunca emitir um som sem ter os pulmões cheios de
ar.
2) Respirar bem. Nunca falar, inspirando.
3) Nunca forçar a voz, principalmente quando se
está resfriado ou enfermo.
4) Não falar ao ar livre, máxime, no tempo frio.
5) Evitar o fumo, o álcool, as pastilhas cáusticas,
os agasalhos do pescoço.
6) Nunca falar, quando houver barulho ao derredor,
para não forçar as cordas vocais.
7) Ficar em silêncio entre uma conversa e outra
entre uma em voz alta e outra consecutiva, e muito mais entre dois discursos.
As cordas vocais necessitam de repouso.
8) Parar imediatamente ao se sentir cansado.
9) Nunca atender a bis.
Fonte de Consulta:
BUENO, Silveira. Manual de Califasia,
Califonia, Calirritmia, e a Arte de Dizer. 7. ed., São Paulo: Saraiva,
1966.
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