20 abril 2011

Argumentar: Convencer e Persuadir

Em se tratando de oratória, o primeiro passo é ganhar a confiança do auditório. Para tanto, não se deve ir diretamente ao assunto, mas, com habilidade psicológica, preparar o ânimo do ouvinte para o que há de vir. Enunciar o tema, fazer alusões e contar alguma passagem pitoresca são fundamentais no início de uma palestra.

Na elaboração de um discurso, surgem três palavras, intimamente ligadas, que são: argumentar, convencer e persuadir. Pode-se dizer que argumentar é convencer e persuadir. O argumento é ou um raciocínio destinado a provar ou a refutar uma proposição, ou uma razão isolada apresentada a favor ou contra uma tese. A argumentação é ao mesmo tempo a maneira de expor uma série de argumentos e a série que decorre da exposição.

Convencer e persuadir são termos distintosConvencer é dissuadir o público com provas lógicas indutivas (exemplos) ou dedutivas (argumentação); é ganhar a adesão do ouvinte para o nosso modo de pensar; é expor razões que o leve a comungar com o nosso modo de pensar. A persuasão é apresentar argumentos apelando para a emoção do interlocutor com o objetivo de conseguir sua adesão. Há, assim, dois grandes campos estratégicos: o do convencimento, que lida com fatos, informações, esclarecimentos, e o da persuasão, que gerencia emoções e relacionamentos.

Em suas argumentações de convencimento, o orador deve também propor uma mudança na “visão tubular” que o ouvinte recebe diariamente da mídia. Ele precisa fornecer informações, teses e argumentos que levem o ouvinte a pensar de forma diferente daquela que nos querem passar os grandes meios de comunicação de massa. Em outras palavras, ele deve transformar em conhecimento o fluxo de informações que surgem de todos os lados.

O bom orador é aquele que sabe gerenciar as informações, dosando razão e emoção, para convencer com mais propriedade.

 

 

15 abril 2011

Abrir a Mente para Aprender Mais

Tese: o cérebro é sempre avesso à mudança.

“O progresso pessoal implica a libertação de coerções.”

Em nosso cérebro foram automatizadas diversas reações, que se tornaram regras, quase que obrigatórias. Quando nos propomos a aprender algo novo, a primeira reação é frear essa atitude, essa disposição, pois o cérebro está acomodado com o velho, com o tradicional, com o mecânico. É preciso que o aprendiz faça um esforço para o novo, para a novidade.

No começo, não é tarefa fácil vencer a inércia desses movimentos automatizados ao longo de vários anos. Contudo, aquele esforço inicial pode quebrar essa norma, essa regra. Uma vez vencida a negação do novo, aí o cérebro começa a produzir mais, pois ele toma o novo como regra, como comportamento. Assim, o que no começo parecia impossível, desfaz-se com a perseverança nos estudos sérios.

A lei do aprendizado é a lei da ampliação. Conforme o aprendiz for recebendo dados, através de leituras, de aulas, de palestras, o cérebro vai requerendo cada vez mais, pois o interesse depende muito do que se conhece anteriormente. Essa lei da ampliação assemelha-se à Parábola do Grão de Mostarda, em que a menor das sementes produziu a maior das árvores.

Em termos de palavras, de estudo, de leitura, uma coisa puxa a outra. Isto aciona o cérebro. Ele pede por esclarecimento. Numa leitura de estudo, encontra-se uma dúvida. Ao pretendermos dirimi-la, vamos em busca de mais leituras, de mais informações. E, no meio dessa pesquisa, podemos encontrar conhecimentos que nem imaginávamos obter. No começo tudo é difícil. Uma vez domado o cérebro, ele começa a produzir cento por um.

Não temamos as contradições e os conflitos. Quanto mais informações a memória possuir, mais conseguirá integrá-la com outros conhecimentos, fazendo uma síntese perfeita de tudo o que aparecer à sua frente.

 

Persuasão na Religião

 "Enquanto a retórica profana está sujeita às críticas e às contradições, a retórica religiosa sofre a 'ilusão da reversibilidade'”.

Na retórica convencional, um orador expõe o seu tema, defende a sua tese, analisa os prós e os contras de um determinado assunto. Depois de proferida a sua peça oratória, segue-se o debate, a troca de informações. Em linguagem técnica, diz-se que há uma reversão do processo comunicativo, ou seja, emissor e receptores interagem. Caso os argumentos não tenham sido convincentes, há reprovação, negação e reprimenda por parte dos ouvintes.

Na retórica religiosa, o orador não fala de si ou por si, mas como intermediário de Deus. Pergunta-se: o público vai contestar Deus? Não vai. A princípio, o ouvinte poderia contestar o padre, o pastor ou o rabino. É aqui que entra a “ilusão da reversibilidade”. Dá-se a impressão que ele está contestando, mas no fundo o que há é uma aceitação, pois os padres e os pastores falam em nome de Deus; eles são intermediários do Altíssimo.

Adilson Citelli, em Linguagem e Persuasão, cita alguns mecanismos que acentuam a persuasão no discurso religioso:

Uso do modo imperativo o que revela a ideia de coisa pronta, acabada;

O vocativo subjacente que afirma o chamamento ao sujeito. Como exemplo, o Credo católico;

A função emotiva (afinal eu devo acreditar, ter fé; o problema da salvação está comigo, o Senhor é o exemplo a ser seguido);

O uso de metáforas que acentuam o ciframento do discurso religioso: a mansão dos mortos e o ressuscitamento de todos só criam um jogo simbólico acerca do inusitado do dogma;

Uso intenso de parábolas e de paráfrase; de um lado, a evolução alegórica, e, de outro, a presença do texto simbólico;

Uso de estereótipos e chavões que possuem a força daquilo que Umberto Eco chama de sintagmas cristalizados: “Oh! Senhor”, “todo-poderoso”, “criador”, “nosso Senhor”. (1)

Fonte de Consulta 

(1) CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. 16.ed., São Paulo: Ática, 2007.


 

 

08 abril 2011

Faça Agora: Eficiência Pessoal

“O óbvio é aquilo que nunca é visto até que alguém o exprima de maneira simples.” (Kahlil Gibran)

Faça agora: por que deixar para depois? Esta é a ordem para aproveitarmos melhor o tempo que nos é facultado. Quanto mais adiarmos, principalmente as tarefas incômodas, mais teremos (no futuro) que ficar pensando no passado, pois para trás ficaram questões sem solução.

Se adquirirmos o hábito de responder uma carta, um e-mail, na primeira leitura, esta preocupação desaparece de nossa mente. Resolvendo o problema, haverá menos itens pendentes em nossas atividades, e teremos mais tempo para outros interesses de nosso Espírito.

Ressalva: há demandas que necessitam de mais estudo e de mais meditação. Nesse caso, o bom senso deve prevalecer.

Kerry Gleeson, em Programa de Eficiência Pessoal, dá-nos algumas dicas:

Para superar o adiamento:

Faça uma só vez; 

Clareie a sua mente;

Solucione os problemas enquanto eles são pequenos;

Reduza interrupções;

Elimine pendências;

Comece a operar em relação ao futuro em vez do passado;

Pare de se preocupar.

Lembra-nos, também, dos ladrões de tempo em uma reunião:

Os participantes não são adequados;

Reuniões demais;

Não há agenda;

Atas mal escritas ou inexistentes;

Conversa e discussões inúteis;

Não há decisões;

As reuniões não começam na hora;

Não termina na hora certa;

Leva mais tempo do que o previsto.·        

Mais anotações deste livro:

A maioria das pessoas acha que provavelmente precisará das coisas que guarda. Guarda mas não lê. Por que guardá-las? Por que mantê-las organizadas?

Para lidar melhor com a papelada, organize seus papeis e arquivos pela frequência de uso.

O escritório é onde você está não onde ele está. O trabalho é algo que você faz, não um lugar para onde você vai.

“Você não pode fugir da responsabilidade de amanhã esquecendo-se dela hoje”. (Abraham Lincoln)

“Se você esperar que as pessoas venham até você, só verá problemas pequenos. É preciso descobri-los. Os grandes problemas estão onde as pessoas não percebem que têm um problema”. (W. Edwards Deming)

Fonte de Consulta

GLEESON, Kerry. Programa de Eficiência Pessoal. Tradução de Brasil Ramos Fernandes. 2. ed., São Paulo: Makron Books, 2001.

 

 

01 abril 2011

Agrupamento de Palavras

A leitura exercita a mente, evoca imagens, a emoção e, principalmente, a razão. Um bom método é organizar as palavras em organogramas visuais. Gabriele Lusser Rico chamou esta técnica de “agrupamento”.

Esta técnica consiste em liberar nossa criatividade, muitas vezes embotada em nosso interior. Espalham-se as ideias numa página, mantendo próximas as que se relacionam, e afastadas as que se relacionam remotamente.

Objetivo: fazer com que a mente vagueie livremente entre conceitos. Como a estrutura é aberta, podemos acrescentar quantas ideias quisermos.

EXERCÍCIO: pegue uma folha de papel e, no centro, escreva a palavra liberdade. Eis um desenho extraído de Tom Wujec, Manual de Ginástica Mental, pela Editora Best Seller, página 107.