06 março 2010

Argumento e Argumentação

Não pensemos que argumentar é expor os nossos preconceitos de forma diferente. Argumentar é apresentar razões que fundamentam uma conclusão. Os argumentos, nesse caso, ajudam a pensar por nós mesmos, no sentido de defendermos os nossos pontos de vista. O primeiro passo para se compor um argumento é perguntar: O que queremos provar? Qual é a conclusão.

Para bem argumentar, devemos nos ater a algumas regras. Eis algumas delas: apresentar as ideias numa ordem natural; partir sempre de premissas confiáveis; reorganizar os argumentos até encontrar a ordem mais natural; ser concreto e conciso; evitar termos abstratos, vagos ou genéricos; evitar a linguagem apelativa; usar um termo sempre no mesmo sentido, evitando a ambiguidade; para generalizar, usar mais de um exemplo.

As técnicas de argumentação são muito úteis para a construção do pensamento próprio. Por meio delas podemos detectar uma falácia, uma ambiguidade, uma má colocação de palavras, o logro político, a falta de lógica nos raciocínios e as premissas frágeis. Aprendemos também a usar o contraexemplo, no sentido de testar a solidez de nossos raciocínios ou mesmo para nos defendermos das más colocações alheias.

Suponha que uma pessoa chega até nós e faça a seguinte afirmação: toda a humanidade é egoísta. Nós, em contrapartida, poderíamos lhe dizer que o nosso vizinho é dedicado ao seu filho. Ela poderia retrucar que o nosso vizinho está fazendo o que quer fazer, e isso continua a ser egoísmo. Observe que essa pretensa pessoa usou o termo egoísmo em dois sentidos diferentes: no primeiro caso o egoísmo refere-se ao comportamento interesseiro, egocêntrico; no segundo, ele estende o termo para ações não-egoístas.

Para uma boa generalização, devemos reunir mais de um exemplo. Mesmo assim, podemos representar mal o universo sobre o qual está sendo feita a generalização. As pesquisas sobre eleições ilustram essa afirmação. Podemos dizer: todo o mundo no meu bairro apoia fulano de tal; consequentemente, ele vai ganhar as eleições. E os outros bairros e as outras cidades? Devemos usar uma amostragem representativa de todo o universo dos eleitores.

Como vemos, há muitos detalhes a serem tratados na argumentação. O importante é estar atento ao que dizem as pessoas, principalmente com os números e os aumentos percentuais.




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