Tédio -
do latim taedium significa aborrecimento, fastio, nojo,
desgosto. O tédio surge quando há informação a menos devido ao desinteresse ou
à falta de compreensão, e quando esta situação não se pode eliminar. Nessa
altura, a atenção vira-se para o decurso do tempo na consciência, enquanto, por
outro lado, nem sequer pensamos no tempo quando algo é interessante.
O tempo é uma variável de
difícil mensuração. Deve-se levar em conta o tempo cronológico ou o
tempo vivencial? Observe que em termos do tempo vivencial, uma pessoa de
quarenta anos pode ter vivido mais do que uma de oitenta. O tempo surge quando
não sabemos o que fazer dele. É precisamente nesse momento que o tédio penetra
em nossos pensamentos. Na vivência alegre e feliz não há tédio, porque não percebemos
o tempo passar.
O que tudo isso tem a ver com o discurso oratório?
Suponha um orador que não saiba concluir o seu discurso, que queira explicar
tudo nos mínimos detalhes, que fale tão rapidamente que não conseguimos
acompanhar o seu raciocínio. Por outro lado, imagine um ouvinte sentado na
primeira fila querendo ausentar-se da palestra e, por cortesia da educação,
permanece fiel até o fim da exposição. O que se lhe acontece? O tédio penetra
em sua mente.
O tédio pode ser considerado,
também, como a falta de ressonância entre a expectativa do
tempo e o que realmente está sucedendo. Nesse sentido, o orador deve
perscrutar o fluxo energético do auditório, e utilizar técnicas de persuasão, a
fim de despertar o interesse para a questão a ser veiculada. Habituando-se a
penetrar na profundidade do seu semelhante, terá mais chances de manter a
motivação por aquilo que está desenvolvendo.
O orador deve ser uma pessoa ardente,
aquela que sabe comunicar o verbo divino com entusiasmo e determinação. Deve,
ao transmitir suas palavras, incendiar as almas com a chama da bondade, da
caridade e do amor fraternal.
Fonte de Consulta
PÖPPEL, E. Fronteiras da Consciência, a
Realidade e a Experiência do Mundo. Rio de Janeiro, Edições 70, 1989.
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