02 outubro 2005

Discurso

Discurso - do latim discursu(m)- significa ação de correr por ou para várias partes. O termo comporta polivalência de sentido. Em oratória, designa a elocução que visa comover e persuadir; na esfera dos estudos linguísticos, representa a "sucessão coordenada de frases"; em trabalhos de cunho científico, assume a denotação de "tratado", "dissertação", como, por exemplo, o Discurso do Método de Descartes; em filosofia, distingue-se o teor "discursivo" do "intuitivo".

estrutura do discurso fundamenta-se no exórdio, na argumentação e na peroração. Embora tenhamos muitas técnicas para bem iniciar e terminar uma alocução, não resta dúvida que a argumentação é sua trave mestra. Esta é a parte em que o indivíduo mostra o seu conhecimento, a profundidade de seu pensamento. Para que haja comoção e persuasão, os princípios elaborados devem ser lógicos e coerentes.

Expressamo-nos através da palavra pensada, falada ou escrita. A sonoridade da voz e a dicção perfeita auxiliam a propagação de nosso pensamento, porém o que realmente conta é a essência daquilo que queremos transmitir. Voz adocicada e gestos delicados podem, muitas vezes, encobrir o verdadeiro caráter de um indivíduo. Contudo, se nos habituarmos a olhar criticamente, teremos condições de separar o joio do trigo.

Operações intermediárias encadeadas caracterizam o adjetivo "discursivo" oposto a "intuitivo". Urge reconhecer que a descoberta nas ciências e nas artes não segue uma sequência de operações elementares parciais e sucessivas. Ela, muitas vezes, vem abruptamente. A ordenação das ideias surge "a posteriori" como elemento para tornar claro aquilo que se apreendeu de modo vago e obscuro.

O "discurso do homem" é a manifestação da sua personalidade. Melhorando o teor de nossos argumentos, mudaremos o conceito que os outros formam de nós. Leitura metódica, estudo constante e reflexão frequente auxiliam sobremaneira a aquisição de novos valores da vida. Sem esforço perseverante da vontade, nada de útil conseguiremos amealhar em prol de nosso passivo intelectual.

Escolhamos com critério os alimentos material e espiritual, a fim de que o nosso "discurso" seja repleto de força, determinação e otimismo.

Fonte de Consulta

TRINGALE, D. Introdução à Retórica (a Retórica como Crítica Literária). São Paulo, Livraria Duas Cidades, 1988.

A palavra "aporia" tem origem no grego antigo e significa literalmente "ausência de passagem" ou "impasse". Na filosofia e retórica, ela assume dois significados principais:

Aporia como impasse filosófico: refere-se a um enigma ou paradoxo que surge em um questionamento filosófico. É um ponto de perplexidade onde a razão parece encontrar caminhos contraditórios, sem uma solução evidente. Por exemplo, o paradoxo de Zenão sobre a impossibilidade de movimento levanta uma aporia, pois aparentemente viola nossa intuição sobre o movimento, mas a lógica por trás do paradoxo também parece sólida.

Aporia como estratégia retórica: descreve a situação em que o falante expressa dúvida ou incerteza, mesmo que seja fingida. O objetivo é levar o ouvinte a refletir sobre o assunto e buscar a conclusão pretendida pelo orador. Por exemplo, um advogado criminalista pode dizer: "Não sei como alguém poderia cometer tal crime sem deixar rastros", sutilmente sugerindo a inocência do cliente. (Gemini)





Nenhum comentário: