Medo –
do latim metu – significa o sentimento de grande inquietação
ante a noção de um perigo real ou imaginário. No âmbito da oratória, é a
sensação de que se vai esquecer daquilo que se tem de falar, de não agradar ao
público, de dizer coisa banais. Seus sintomas são: coração dispara, respiração
torna-se ofegante, ondas de calor percorrem o corpo todo, as mão tremem, a voz
fica embasbacada etc.
De acordo com a Psicologia e ciências afins, o medo
do erro é normal e natural. Somente em 20% dos casos é possível encontrar algum
trauma que justifique o surgimento da fobia. A naturalidade prende-se ao fato
de nos sentirmos responsáveis por aquilo que estamos informando ao público.
Como não queremos passar dados inverossímeis, a apreensão, a ansiedade gera-nos
um pequeno desconforto, uma tensão, um nervosismo. Mas, tão logo se começa a
falar, voltamos ao nosso estado normal.
No lado oposto, há o fóbico social.
Este tem dificuldade de se relacionar, não consegue olhar nos olhos do seu
interlocutor, conversar naturalmente com seu superior, apresentar ideias,
compartilhar tarefas. "A característica mais marcante desse tipo de fobia
é o medo que a pessoa tem do julgamento dos outros". O fóbico social
geralmente é muito perfeccionista. Como é impossível agradar a 100% das pessoas
ele prefere se omitir. Isola-se e, a cada dia que passa, vai ficando mais
isolado. Isto tudo porque, quando não exercitamos os nossos dons, os mesmos nos
serão tirados.
Os peritos na arte da oratória dão-nos algumas
orientações: prepare-se com antecedência: vá para o evento com o máximo de
informações possíveis; faça um roteiro e procure segui-lo; cheque todos os
dados quantas vezes achar necessário; se não se sentir seguro, simule uma
apresentação em frente ao espelho ou diante dos familiares; tenha consciência
de que é impossível agradar a todos que irão ouvi-lo; antes de entrar em cena,
procure relaxar. Você pode ouvir música, fazer exercícios respiratórios, rezar,
meditar.
O medo é um verdugo impiedoso dos que lhe caem nas
mãos, um inimigo traiçoeiro e forte que esmaga os poderosos e enfurece os
fracos, um algoz impenitente que destrói tudo o que se lhe oferece, em fim é o
agente de males diversos, que dizimam vidas e deformam caracteres, alucinando
uns, neurotizando outros, gerando insegurança e timidez ou levando a atos de
violência irracional. Mas se pensarmos em termos de um dever a
cumprir de uma missão a ser levada a efeito, sem dúvida,
conseguiremos diminuí-lo sobremaneira.
Lembremo-nos de que se o medo é um sentimento dos
nervos, basta a simples reflexão para eliminá-lo. Contudo, se mesmo assim ele
persistir, enfrentemo-lo face a face.
Fonte de Consulta
SILVEIRA, M. Você Tem Medo de quê? Revista
Você, setembro de 2001, p. 54 a 59.
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