14 outubro 2005

Medo de Falar em Público

Medo – do latim metu – significa o sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário. No âmbito da oratória, é a sensação de que se vai esquecer daquilo que se tem de falar, de não agradar ao público, de dizer coisa banais. Seus sintomas são: coração dispara, respiração torna-se ofegante, ondas de calor percorrem o corpo todo, as mão tremem, a voz fica embasbacada etc.

De acordo com a Psicologia e ciências afins, o medo do erro é normal e natural. Somente em 20% dos casos é possível encontrar algum trauma que justifique o surgimento da fobia. A naturalidade prende-se ao fato de nos sentirmos responsáveis por aquilo que estamos informando ao público. Como não queremos passar dados inverossímeis, a apreensão, a ansiedade gera-nos um pequeno desconforto, uma tensão, um nervosismo. Mas, tão logo se começa a falar, voltamos ao nosso estado normal.

No lado oposto, há o fóbico social. Este tem dificuldade de se relacionar, não consegue olhar nos olhos do seu interlocutor, conversar naturalmente com seu superior, apresentar ideias, compartilhar tarefas. "A característica mais marcante desse tipo de fobia é o medo que a pessoa tem do julgamento dos outros". O fóbico social geralmente é muito perfeccionista. Como é impossível agradar a 100% das pessoas ele prefere se omitir. Isola-se e, a cada dia que passa, vai ficando mais isolado. Isto tudo porque, quando não exercitamos os nossos dons, os mesmos nos serão tirados.

Os peritos na arte da oratória dão-nos algumas orientações: prepare-se com antecedência: vá para o evento com o máximo de informações possíveis; faça um roteiro e procure segui-lo; cheque todos os dados quantas vezes achar necessário; se não se sentir seguro, simule uma apresentação em frente ao espelho ou diante dos familiares; tenha consciência de que é impossível agradar a todos que irão ouvi-lo; antes de entrar em cena, procure relaxar. Você pode ouvir música, fazer exercícios respiratórios, rezar, meditar.

O medo é um verdugo impiedoso dos que lhe caem nas mãos, um inimigo traiçoeiro e forte que esmaga os poderosos e enfurece os fracos, um algoz impenitente que destrói tudo o que se lhe oferece, em fim é o agente de males diversos, que dizimam vidas e deformam caracteres, alucinando uns, neurotizando outros, gerando insegurança e timidez ou levando a atos de violência irracional. Mas se pensarmos em termos de um dever a cumprir de uma missão a ser levada a efeito, sem dúvida, conseguiremos diminuí-lo sobremaneira.

Lembremo-nos de que se o medo é um sentimento dos nervos, basta a simples reflexão para eliminá-lo. Contudo, se mesmo assim ele persistir, enfrentemo-lo face a face.

Fonte de Consulta

SILVEIRA, M. Você Tem Medo de quê? Revista Você, setembro de 2001, p. 54 a 59.

 

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