O dirigente pode, num único dia, receber uma série
de reclamações: descontentamento de um funcionário, ataques pessoais, críticas
descabidas, pedido de empréstimo, aumento de espaço para determinado trabalho
etc. Os diretores menos avisados ficam tensos, de mau humor, apáticos; os mais
avisados, respondem positivamente ao desafio. Pergunta-se: Como melhorar o
nosso relacionamento humano sem causar o estresse excessivo?
As reclamações são justas? Analisadas friamente,
elas sempre deixam um rastro de justiça. Por quê? É que cada um ajuíza o fato
de acordo com sua ótica pessoal. Nesse sentido, toda a vez que os nossos
interesses pessoais veem-se prejudicados, pomo-nos em guarda para defendê-los.
A nossa primeira reação é achar que o outro está tentando nos prejudicar. Por
isso, reclamamos, fazemos barulho, a fim de que o nosso espaço seja
resguardado.
A relação entre a parte e o todo deve ser
enfatizada. Nem sempre somos capazes de analisar o fato globalmente. Muitas
vezes falta-nos informação; outras, compreensão; mas a pior de todas é não
querer entender o todo. Se nos julgamos lesados, dificilmente pensamos nos
benefícios que daí dimanam. Só sintonizamos o aspecto negativo. Mas é preciso
que cada um esforce-se para ver holisticamente, ou seja, sopesar os prós e os
contras de cada situação que se nos chega à mente.
Quais são as reclamações que o dirigente deve
atender? As que ele quer? Não. Ele deve atender somente àquelas, que depois de
analisadas segundo um juízo crítico e não de crítica, for útil ao interesse
público. Ninguém é detentor da verdade global. Às vezes, é útil obedecer ao
hierarquicamente inferior, pois este pode possuir uma parcela maior dessa
verdade relativa. Isto não quer dizer que relaxamos o comando, mesmo porque o
líder é aquele que mais obedece.
A autoridade deve perceber as coisas tais quais
são. Querer defender pontos de vista, quando a razão nos incita a ceder é
perder tempo e liderança. O verdadeiro líder é aquele que reage de forma rápida
e eficiente ao que se está acontecendo agora. Não deixa para amanhã. Quando nos
compenetrarmos dessa verdade, vamos entendendo que não fomos colocados à frente
dos outros para o vão prazer de mandar, mas para o perfeito melhoramento de nós
mesmos.
Escutemos pacientemente as reivindicações de nossos
comandados. Somente assim, seremos capazes de distinguir o que deve daquilo que
não deve ser atendido.
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