09 outubro 2005

Direção e Reclamação

O dirigente pode, num único dia, receber uma série de reclamações: descontentamento de um funcionário, ataques pessoais, críticas descabidas, pedido de empréstimo, aumento de espaço para determinado trabalho etc. Os diretores menos avisados ficam tensos, de mau humor, apáticos; os mais avisados, respondem positivamente ao desafio. Pergunta-se: Como melhorar o nosso relacionamento humano sem causar o estresse excessivo?

As reclamações são justas? Analisadas friamente, elas sempre deixam um rastro de justiça. Por quê? É que cada um ajuíza o fato de acordo com sua ótica pessoal. Nesse sentido, toda a vez que os nossos interesses pessoais veem-se prejudicados, pomo-nos em guarda para defendê-los. A nossa primeira reação é achar que o outro está tentando nos prejudicar. Por isso, reclamamos, fazemos barulho, a fim de que o nosso espaço seja resguardado.

A relação entre a parte e o todo deve ser enfatizada. Nem sempre somos capazes de analisar o fato globalmente. Muitas vezes falta-nos informação; outras, compreensão; mas a pior de todas é não querer entender o todo. Se nos julgamos lesados, dificilmente pensamos nos benefícios que daí dimanam. Só sintonizamos o aspecto negativo. Mas é preciso que cada um esforce-se para ver holisticamente, ou seja, sopesar os prós e os contras de cada situação que se nos chega à mente.

Quais são as reclamações que o dirigente deve atender? As que ele quer? Não. Ele deve atender somente àquelas, que depois de analisadas segundo um juízo crítico e não de crítica, for útil ao interesse público. Ninguém é detentor da verdade global. Às vezes, é útil obedecer ao hierarquicamente inferior, pois este pode possuir uma parcela maior dessa verdade relativa. Isto não quer dizer que relaxamos o comando, mesmo porque o líder é aquele que mais obedece.

A autoridade deve perceber as coisas tais quais são. Querer defender pontos de vista, quando a razão nos incita a ceder é perder tempo e liderança. O verdadeiro líder é aquele que reage de forma rápida e eficiente ao que se está acontecendo agora. Não deixa para amanhã. Quando nos compenetrarmos dessa verdade, vamos entendendo que não fomos colocados à frente dos outros para o vão prazer de mandar, mas para o perfeito melhoramento de nós mesmos.

Escutemos pacientemente as reivindicações de nossos comandados. Somente assim, seremos capazes de distinguir o que deve daquilo que não deve ser atendido.

 

 

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