Toda a ação, por mais
simples que seja, é precedida por um pensamento, por um objetivo. Assim, para o
nosso próprio bem, convém estabelecer metas claras, em que se privilegiam o
objeto e não as pessoas, a fim de que possamos ser úteis ao bem comum.
A orientação para a ação deve ser feita consoante
alguns princípios, entre os quais, o de
exercitar o esforço nos setores que ficaram disponíveis, o de pensar com
grandeza mesmo que o nosso papel seja secundário, o de se preocupar com a
plenitude da vida e não em simplesmente fazer carreira. Dentro desse contexto,
a prudência é de substancial importância, pois nos dará a chave para sermos
mais eficientes, mais sabidos, não em pormenores da especialização, mas no
domínio global da tarefa ou da matéria que estivermos tratando.
A vida em equipe deve ser enfatizada. Logicamente haverá rusgas, discussões,
admoestações, situações próprias do funcionamento de qualquer grupo de
trabalho. Isso não deve paralisar as boas obras; seria muito mais interessante
se cada qual pudesse conscientizar-se de que dele não sairá a última palavra
sobre uma determinada decisão. Deveríamos, sim, dar a nossa contribuição,
independentemente de recompensas futuras, mas pelo simples fato de não
deixarmos estagnados nem a vontade e nem o pensamento.
A força, o combate e a eficiência devem ser exercitados a todo o momento, pois
não são poucos os estímulos contrários à realização do bem comum. Um doa uma
vultosa quantia em dinheiro e julga-se dono da organização; o outro empresta a
sua firma para trabalhos dentro da entidade e julga-se credor de regalias; o
outro ainda consegue privilégios junto aos órgãos governamentais e julga-se
merecedor de prestígio. É difícil não ser influenciado por esses fatores
externos, contudo a força da vontade deve superar todos esses entraves.
A humildade, fundamento de todas as
virtudes, não poderia faltar nessa reflexão sobre o princípio da ação.
Primeiramente, não deveríamos confundi-la com a subserviência, que é uma
atitude dos fracos de espírito. Na realidade, a humildade deveria propiciar-nos
condições para expressarmos o nosso próprio valor, nem para mais e nem para
menos, pois qualquer excesso prejudica o bom desenvolvimento da personalidade
humana.
Tenhamos em mente o objeto e sempre estaremos com
razão. Agindo assim, granjearemos cada vez mais amigos solidários com o bem
comum.
Fonte de Consulta
LEBRET, L. J. Princípios para a Ação. São
Paulo, 6. ed., Duas Cidades, 1965.
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