Ver-Julgar-Agir é um método de ensino. Ele pode
ser, tranquilamente, aplicado em grupos pequenos, sejam quais forem os seus
objetivos. No que ele consiste? Em exercitar o senso crítico, que é ter plena
consciência dos nossos atos. Por quê? Há grupos que se formam somente para a
ação; há grupos que se formam apenas para a reflexão. Neste caso, propõe-se a
ação fundamentada na reflexão, reflexão esta auxiliada pela aplicação dos
ensinos morais trazidos por Jesus Cristo.
O método ver-julgar-agir permite que os grupos
tenham uma visão mais acurada da realidade. Muitos grupos arrumadinhos acabam
formando quase que um gueto: todos pensam do mesmo modo, sem contradições, o
que pode ocasionar o comodismo. Muitos nem sabem o que se passa ao seu redor,
nos seus bairros, nas suas escolas, nem qual é o sentimento daqueles que os
acompanham diuturnamente. É preciso, pois, quebrar essas amarras do pensamento.
Como? Aplicando esse método em tudo o que passar pela nossa cabeça.
Há, na sociedade, muitos dispositivos para nos
iludir. A propaganda, na televisão, por exemplo, quer nos vender produtos de
que não temos necessidade. Observe com que tintas e com que cores são pintadas
as propagandas de cigarros e bebidas. Vende-se a ideia de que, saboreando
aquela bebida ou aquele cigarro, seremos pessoas importantes, teremos o nosso
automóvel, conquistaremos parceiros ou parceiras bonitas e tudo o mais. Aí está
a falsa realidade que precisa ser repensada.
Educação, como é comentada nos meios acadêmicos,
pode tomar dois rumos bem diferentes: a) como "recipiente vazio"; b)
como libertadora de consciência. Na educação tipo "recipiente vazio",
também chamada "educação bancária", porque ela funciona como uma
conta bancária, em que se deposita e saca-se dinheiro, não há manuseio das informações.
Há o professor que explica e o aluno que aprende. Na educação libertadora,
tanto o aluno quanto o professor aprendem.
Na educação para a liberdade, os alunos também
ensinam. Observe que a tese espírita muito concorre para essa percepção. Segundo
o Espiritismo, o Espírito já viveu muitas vidas. A idade física não tem muita
relação com a idade intelectual e moral. Se um Espírito fez progressos em
encarnações passadas, ele pode perfeitamente estar matriculado como aluno numa
sala de aula, mas possuir mais conhecimento do que o professor que o ensina, de
modo que ele, com sua experiência de outras vidas, pode também ser útil à
propagação do ensino.
Olhemos tudo com muita atenção, procurando
exercitar o juízo crítico, não de crítica. Posteriormente, lembremo-nos de
colocar em prática o que foi exaustivamente refletido. Este é o método por
excelência.
Fonte de Consulta
BORAN, J. O Senso Crítico e o Método
Ver-Julgar-Agir: Para Pequenos Grupos. São Paulo: Loyola, 1971.
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