Em qualquer atividade humana, há algumas perguntas
fundamentais: O que? Como? Por que? Quando? Onde? A resposta a cada uma dessas
questões depende do que se pretende fazer. Se quisermos montar um lava-rápido,
as respostas serão umas; construir um prédio, outras. Contudo, a resposta à
pergunta como se assemelha em quaisquer dos casos, porque
representa a técnica a ser utilizada para a concretização dos
fins estabelecidos. O preparo de um tema não foge à regra.
A palavra tema — do francês sujet,
"sujeito" — indica que estamos diante de uma situação que nos impõe
uma sujeição. É ele quem determina o que se deve fazer. Ele é o senhor, o
ordenador. Temos total liberdade em escolher um título, mas não em
desenvolvê-lo, porque devemos ficar presos a ele. Ele dita as normas.
Assemelha-se a um campo de futebol, em que as quatro linhas orientam as ações
dos jogadores. Se tanto o jogador quanto a bola ultrapassarem uma das linhas, o
jogo será impugnado.
O fluxo livre de ideias é uma
técnica bastante interessante. Como funciona? Dado um tema, qualquer que seja,
podemos simplesmente começar a escrever tudo o que nos vem à mente, sem
qualquer preocupação com o conteúdo, o sentido das frases e mesmo a gramática.
Escrevamos simplesmente o máximo que pudermos. Esse exercício obriga-nos a
pensar no assunto e, com isso, vasculhar o nosso subconsciente, para dele
extrair os talentos escondidos. Depois, se possível no dia seguinte, façamos as
devidas correções e guardemo-lo em forma de escrita.
A preparação do tema tem algumas exigências: 1)
saber dar tempo ao tempo, 2) convencer-se de que o tema é inteligível, 3)
desconfiar da memória, 4) permanecer fiel ao tema, 5) estudar com cuidado os
termos do tema e 6) evitar toda a transformação do tema. A memória faz-nos
escrever demasiadamente, transformando-se na política de encher páginas. Do
mesmo modo é o vasto conhecimento que temos a respeito de um assunto, pois
queremos interpolar, forçar para que as informações adquiridas façam nexo com aquilo
que estamos desenvolvendo. Cumpre, portanto, considerar apenas o tema
proposto, nada a não ser o tema, mas todo o tema.
O tema deve basear-se numa introdução, no
desenvolvimento e na conclusão. O objetivo do tema é buscar uma conclusão. De
nada adianta falarmos, escrevermos e não chegarmos a nada. Não façamos como
aquele caso em que o ouvinte se ausentou da palestra, voltou tempo depois e
perguntou para um dos colegas se orador ainda não tinha terminado o seu
discurso. O colega responde que ele já tinha terminado há muito tempo, mas não
parava de falar. Por isso, a importância do roteiro e das folhas de anotações.
Sem um norte, todos os caminhos são possíveis.
Um tema deve ser pensado, anotado e transformado
num roteiro. Qualquer ideia deve ser sempre bem-vinda, desde que atenda aos
objetivos do tema em questão.
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