Argumentar é
oferecer um conjunto de razões que nos levam a uma conclusão. O argumento
difere da discussão. A discussão pressupõe o uso do preconceito e da opinião
pessoal; o argumento é a tentativa de sustentar certos pontos de vista com
razões. Assim, um bom argumento não se limita a repetir conclusões. Em vez
disso, apresenta dados e razões para que auxilie os outros a formarem as suas
opiniões.
Ao utilizarmos os argumentos, podemos ir da conclusão
às premissas ou das premissas à conclusão. Estabelecer premissas fidedignas,
objetivas e coerentes é o primeiro passo. Isso nos dá condições de bem elaborar
o nosso raciocínio. Ao mesmo tempo, convém rechaçar as sentenças tendenciosas,
as ambiguidades e as teses confusas. Com isso, fortalecemos o pensamento
correto, ou seja, aquele em que há menor uso de palavras e mais consistência
lógica.
Há vários tipos de argumento: argumentos
de analogia, argumentos de autoridade, argumentos com
base em exemplos etc. No argumento de analogia, costuma-se comparar
uma situação com outra semelhante. Exemplo: o vice-presidente de um país deve
obedecer ao presidente tal qual os jogadores de futebol obedecem ao treinador.
No argumento de autoridade, aceita-se uma verdade porque uma pessoa famosa a
proferiu. No argumento com base nos exemplos, generaliza-se pela observação de
um exemplo. Nesse caso, é preciso tomar cuidado para não cometer o erro da
generalização da informação incompleta.
O tema em questão não pode prescindir das falácias.
Elas são raciocínios falsos que se apresentam com aparência de verdadeiros;
usadas de má-fé, transformam-se em sofismas. Entre elas, citamos as
falácias ad hominem (conforme o homem) e ad
ignorantiam (apelo à ignorância). Na falácia ad hominem, confundimos
o sujeito com as qualidades do sujeito. Exemplo: em vez de criticarmos o
desempenho de uma função, criticamos o sujeito na função. Na falácia ad
ignorantium, argumentamos que algo é verdadeiro porque não se provou
ser falso, ou que algo é falso porque não se provou ser verdadeiro.
Depois de entrar em contato com as regras da
argumentação, temos de escrever um ensaio argumentativo. Para fazê-lo com
êxito, convém não ter pressa de colocá-lo no papel. O correto é deixar, por
algum tempo, a questão de molho. Depois, fazer um pequeno esboço, e segui-lo
fielmente. Agindo de outra forma, podemos ficar dando voltas ou andando sobre
uma esteira rolante, sem sairmos do lugar. Há necessidade de sentir que estamos
indo de um ponto ao outro, mas de forma lógica e racional.
Fundamentemos bem as nossas teses. Escolhamos as
palavras simples e objetivas, no sentido de darmos coesão aos nossos
raciocínios. A verbosidade pode criar confusão na cabeça daqueles que nos leem.
Fonte de Consulta
WESTON, Anthony. A Arte de Argumentar.
Tradução de Desidério Murcho. 2. ed., Lisboa: Gradiva, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário