Passamos a maior parte do nosso tempo ouvindo:
rádio, televisão, palestras, aulas etc.; a sós, ouvimos a voz do nosso
pensamento; ao falarmos em público, quem primeiro ouve são os nossos ouvidos.
Mas, será que sabemos ouvir ativamente? Nossa atenção afasta-se,
constantemente, do orador? Temos largos períodos de "sonhos
acordados"? Conseguimos nos lembrar de muitas coisas que nos foram ditas?
Algumas experiências americanas sugerem que a
velocidade do pensamento é quinhentas vezes maior do que a velocidade da fala
(125 palavras por minuto). Como o pensamento é mais rápido do que a fala,
surgem os "devaneios", a "fuga" e os "sonhos",
que são o preenchimento do intervalo de tempo entre a fala e a audição. Para
racionalizar esse hiato de tempo, convém reeducar os nossos hábitos de leitura
e de audição. Nesse contexto, a fórmula para ouvir (S-I-O-A) é
bastante pertinaz.
A fórmula (S-I-O-A) significa: Sintoniza
– Informa – Ouve – Avalia. Antes de assistirmos a uma palestra,
devemos sintonizar-nos com o título e com o comprimento de onda do
orador. Enquanto o orador estiver falando, convém ir anotando questões,
para serem respondidas durante a exposição. Não sejamos um
"semi-ouvinte", mas um "ouvinte ativo", em que o expositor
fala conosco e não para nós. Por fim, façamos uma avaliação do
que foi dito, analisando os prós e os contras, e formulando publicamente a
pergunta que não foi respondida durante o discurso.
Essa técnica não é novidade uma vez que a fazemos
inconscientemente. O propósito é torná-la consciente em nossos atos do
cotidiano. Como acontecem com a maioria de nossos hábitos, eles vão
acomodando-se, caem no esquecimento e diminuem a nossa produtividade
intelectual. Convém estar sempre lembrando e envidando novos esforços de
aprendizagem para que se fixem indelevelmente em nossos Espíritos.
A audição para ser eficaz tem de ser ativa. Depois
de entrarmos em contato com o padrão vibratório do orador, devemos
concentrar-nos exclusivamente no conteúdo do tema, colocando o nosso pensamento
um pouco à frente do que irá dizer. Estar inteiro naquilo que estiver fazendo,
é uma verdade fundamental que jamais podemos perder de vista. É que
espiritualmente ouvimos por todo o nosso ser e não somente pelos ouvidos
materiais. Nesse sentido, muito auxiliam o desprendimento das preocupações e
dos problemas de ordem material.
Tomemos consciência de nossa forma de ouvir. Não
admitamos que os nossos ouvidos estacionem nas coisas negativas. Vejamos sempre
o lado bom do acontecimento.
Fonte de consulta
O'MEARA, P., SHIRLEY, D. e WALSHE, R. D. Como
Estudar Melhor. Lisboa, Editorial Presença, 1988.
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