Um orador novato sobe ao tablado
para fazer a sua primeira peça oratória diante de um público exigente. Dá-se
mal, perde-se no meio do seu discurso e não consegue responder
satisfatoriamente às questões formuladas. Como avaliar positivamente uma
situação aparentemente negativa? Como transformar o fracasso, a experiência
frustrada num êxito triunfal?
Uma peça oratória tem regras bem
definidas, embora a maioria de nós não se dá conta. Em primeiro lugar, deve-se
preparar um roteiro. O roteiro deve incluir não só a conceituação do tema
central como também dos seus correlatos. Há que se preocupar com um histórico,
a fim de introduzir o ouvinte naquilo que estamos dispostos a transmitir. Além
disso, deve-se ser fiel à ideia central, a fim de que o nosso pensamento não se
desvie do assunto.
Em se tratando de uma palestra no Centro Espírita,
o orador deve se fundamentar nas Obras Básicas do Espiritismo. Sem um
conhecimento profundo de "O Livro dos Espíritos", do "Evangelho
Segundo o Espiritismo", da "Gênese" etc., fica difícil responder
satisfatoriamente às questões formuladas. Faltando-nos essa base, respondemos
sem muita convicção e o público, sequioso de conhecimento, embaraça-nos mais
ainda, ao tentar obter uma explicação razoável da sua dúvida.
O orador atento a esses detalhes poderá melhorar
substancialmente o conteúdo de sua palestra. Lembremo-nos de que os grandes
homens, principalmente os cientistas, tiveram muitas experiências frustradas,
até conseguirem êxito em suas pesquisas. Observe a vida de um Édison, de um
Einstein, de um Lincoln etc. Por isso, afirma-se que o "êxito é um por
cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração". Assim,
qualquer situação constrangedora em nosso caminho deve ser mais um desafio aos
nossos brios do que motivo de desânimo.
Convém fazer uma analogia entre o cientista e o
orador. Tanto um quanto o outro deve experimentar. Uma nova palestra pode ser
considerada um ensaio. Falar, ouvir críticas e corrigir são as tônicas do bom
orador. Consultar livros, perguntar para quem sabe mais auxiliam sobremaneira.
"Errando, corrige-se o erro", diz o anexim. Somente pelo erro
aprendemos bem. Por isso, o expositor que souber fazer uso de sua limitação
terá condições de crescer e tornar-se um divulgador valioso da Doutrina
Espírita.
O mérito do ser humano está centrado na sua
capacidade de transformar as experiências negativas em realizações produtivas.
Para isso, tem que estimular os seus dotes interiores, a fim de angariar forças
para a continuidade de sua nobre tarefa.
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