26 junho 2008

Argumentação

Argumentação — do lat. argumentatione, contrastar, provar, representar — assume vários significados, entre os quais, citamos: a argumentação científica, que se fundamenta na formulação e na comprovação das hipóteses, através da "experimentação"; a argumentação pedagógica, em que o instrutor faz com que o aluno vá do quia est (problema) para o quid est (solução); a argumentação discursiva, em que o orador tenta obter a adesão do público.

Em oratória, como foi dito, a argumentação visa obter a adesão do ouvinte. O orador, para ter bom êxito nessa tarefa, deve renunciar ao desejo de dar ordens que exprimam uma simples relação de força, mas sim procurar ganhar a adesão intelectual dos auditores. A história da retórica mostra-nos que a demagogia, que é persuadir pela emoção, tem sido eficaz em muitos discursos, principalmente os políticos. O bom orador deve evitar essa figura de linguagem, não permitindo que o seu ajustamento ao público ultrapasse os limites do verdadeiro homem de bem.

O orador deve saber distinguir entre a argumentação e a simples demonstração. Enquanto a demonstração é independente de qualquer sujeito, até mesmo do orador, uma vez que um cálculo pode ser efetuado por uma máquina, a argumentação por sua vez necessita que se estabeleça um contato entre o orador que deseja convencer e o auditório disposto a escutar. Assim, a argumentação é essencialmente comunicação, diálogo, discussão, controvérsia.

A organização de um discurso deve ser guiada por duas noções específicas da argumentação, a saber: a pertinência e a força dos argumentos. Isso decorre do fato de um tema suscitar uma gama infinita de assuntos. Para ser compreendido, o orador deve escolher os tópicos que dão realce à tese que quer defender. A escolha deve, também, levar em conta o grau de sustentação que o público tem com relação ao assunto. Ainda: um preconceito favorável do público para com o orador é de vital importância para a sua persuasão.

petição de princípio é um erro que o orador deve evitar. Trata-se, com efeito, de um erro de argumentação o fato de supor admitida uma tese que se deseja fazer admitir pelo auditório. O orador deve ter do seu auditório uma ideia tanto quanto possível próximo da realidade, uma vez que um erro sobre esse ponto pode ser fatal para o efeito que ele quer produzir. Por isso muitos oradores famosos, entre os quais Bossuet e Demóstenes, insistiram no fato de que são os auditores que formam os oradores.

Exercitemos a argumentação. Não permitamos que o nosso cérebro acomode-se ao lugar-comum das frases feitas.

Fonte de Consulta

GIL, F. (Editor). Enciclopedia Einaudi. Lisboa, Imprensa Nacional, 1985-1991.

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Lembretes sobre Argumentação

Para bem argumentar, devemos ter em mente duas perguntas: O que queremos provar? Qual é a conclusão, ou seja, a asserção pela qual estamos apresentando razões?

Há quem pense que argumentar é expor seus preconceitos de forma diferente. Argumentar significa apresentar um conjunto de razões ou provas que fundamentam uma conclusão.

Apresentemos as nossas ideias numa ordem natural.

Estejamos preparados para reorganizar o nosso argumento diversas vezes até encontrar a ordem mais natural.

Partamos sempre de premissas confiáveis

Sejamos concretos e concisos. Evitemos termos abstratos, vagos ou genéricos.

Evitemos generalizar com base em um único exemplo. Os exemplos isolados não fornecem nenhuma base para a generalização.

Testemos as generalizações perguntando se há contraexemplos.


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