Os livros de administração, na sua grande maioria,
evocam argumentos de mão única, ou seja, do superior para o inferior. E do
inferior para o superior? Como o inferior deve agir para administrar o seu
superior hierárquico? Em outras palavras, que tipo de relacionamento deseja
para com o seu superior? De isolamento? De confrontação? De colaboração?
O superior hierárquico é qualquer um que possui
poder. É a pessoa que está acima de nós no organograma da organização. Como o
vemos? Através de ideias preconcebidas? Sabemos distinguir as percepções
conscientes das inconscientes? Nesse mister, as percepções inconscientes são
mais importantes do que as conscientes, pois elas ficam armazenadas no
recôndito de nosso eu. Um lembrete: o que uma pessoa faz tem mais valor do que
o que ela fala.
O subalterno, para angariar a simpatia do seu
superior, deverá saber administrar a informação, pois esta tem grande poder no
mundo dos negócios. Saber o que todos sabem não tem valor, pois não traz nenhuma
vantagem. A vantagem da informação é permitir estratégias que usem elementos
desconhecidos pelos outros. Por isso, a preocupação com o novo e com a mudança
deve fazer parte dos nossos hábitos diários. Ler, ouvir e anotar, isto é, estar
sempre se preparando para melhor servir.
A administração da linguagem não deve ser
desprezada. Deve prestar atenção nas manipulações lógicas, no exemplo como
prova, na utilização das conjunções, principalmente a "portanto", na
prova lateral, no considerar demonstrado aquilo que está por demonstrar, no
tomar os efeitos pela causa, no usar o argumento da autoridade, nas falsas
perguntas, nos falsos problemas etc. Em outras palavras, os números não mentem,
mas os mentirosos podem usar os números para mentir.
O chefe é uma pessoa como qualquer outra. Ele
apenas está colocado, hierarquicamente, acima de nós. Isso não quer dizer que
nos seja superior em moral ou em conhecimentos técnicos. Desta maneira, todos
nós podemos influenciar o nosso superior, desde que saibamos “vender” ideias,
ou seja, saibamos elaborar projetos úteis e produtivos para a empresa, quer
seja filantrópica, quer seja comercial. Os fins das empresas são distintos; a
técnica administrativa é universal.
Tenhamos um apreço muito grande pelo nosso chefe.
Os problemas que ele tem que resolver, muitas vezes, fogem do rol de nossas
preocupações imediatas.
Fonte de Consulta
DESAUNAY, Guy. Como Administrar o seu Chefe.
Tradução de Rosa R. Krausz. São Paulo: Nobel, 1986.
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