Muitos
grupos se formam espontaneamente. Todos, contudo, têm como objetivo chegar ao
consenso sobre determinado assunto, sobre determinada matéria. Um aluno de
filosofia certa feita fez o seguinte comentário: “O objetivo de cada advogado é
ganhar a causa, quer ele tenha a verdade quer não, ao passo que o objetivo de
cada filósofo é chegar à verdade, quer ele ganhe o argumento quer não”.
Significa dizer que a filosofia não é um processo antagônico como dois
advogados (o de acusação e o de defesa). Em filosofia, quando se debate,
busca-se a verdade e nada mais.
A
discussão, quando a palavra é dada livremente a todos, pode caminhar para uma
situação confusa. Alguém sempre tende a monopolizar a palavra e achar que as
suas ideias são as mais sábias e devem ser impostas ao grupo. Em outra ocasião,
os participantes acabam fugindo do tema proposto. Às vezes há um enorme
atropelo de palavras, pois todos querem falar ao mesmo tempo e ninguém deixa o
outro terminar o seu raciocínio. Com isso, cria-se uma tensão exagerada no
grupo, propiciando o enfraquecimento e a deterioração do mesmo.
O
controle de uma reunião, em que haja pessoas com temperamentos fortes, não é
tarefa fácil. Mas, quando o facilitador da reunião tem consciência do que está
acontecendo no grupo, ele não agirá de modo a querer que as coisas sucedam como
ele quer. Ele ruminará em sua mente a atuação de cada um, verificará o grau de
responsabilidade que lhe cabe e aquele que cabe aos membros do grupo. Só o fato
de meditar sobre isso, a sua mente se aclarará sobre o fato e poderá conduzi-lo
a uma liderança eficaz. Forçar para que aconteça deste ou daquele jeito é o
menos produtivo.
Parar
uma discussão e fazer um feedback em que todos os envolvidos possam expressar livremente
o que pensam, é uma boa técnica. Nesse mister, é interessante que haja vozes
dissonantes, ou seja, aquelas que nos falam a verdade, mesmo que isso venha nos
ferir o orgulho. É preferível ter no grupo pessoas autênticas, aquelas que nos
criticam, aquelas que nos desafiam o brio, do que aquelas que nos bajulam de
frente, para nos atacar pelas costas.
Ouvir crítica
alheia é uma virtude. À primeira palavra que nos desagrade, o nosso ímpeto é
reagir. Se não gostamos da pessoa que falou, queremos logo eliminá-lo do
convívio do grupo. As técnicas de liderança, contudo, exigem outra postura. Na
qualidade de líder temos que saber ouvir. É ouvindo as partes que se chega a um
consenso do todo. O grupo é o todo. O trabalho do líder é fazer com que todos
os envolvidos sejam exercitados a tomar consciência de que eles fazem parte
desse todo. Procurar outro grupo não resolve o problema. É junto às pessoas,
daquele grupo específico, que resolveremos as nossas desavenças.
Não nos
preocupemos com o aparente mal-estar. Tenhamos confiança nas pessoas,
entendendo que todo o acontecimento tende para um equilíbrio. O ser humano tem
uma extraordinária capacidade de se adaptar às circunstâncias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário