Platão
descreve no livro A República o estado ideal e indica as causas da decadência que
fazem com que da cidade ideal possa-se gradualmente chegar à tirania, isto é, à
pior das formas de governo. Aristóteles começa por afirmar que o homem é um
animal naturalmente social. Segundo ele, os dons que a natureza deu aos
indivíduos só podem desabrochar através do contato social.
A palavra República vem do latim res (coisa) publica (pública). Quando nos referimos à república queremos
dizer “tomar conta da coisa pública”. Tomar conta da coisa pública é o objetivo
central da política com P maiúsculo, pois seu fim último é atingir o bem comum.
Santo Tomás de Aquino, na sua Suma Teológica, escreve: “Finis politica est urbanum bonum” (o fim da
política é o bem comum). Mas o que se entende por bem comum? Quem melhor o
definiu foi o Papa João XXIII, nos seguintes dizeres: “O Bem comum consiste no
conjunto de todas as condições da vida social que consintam e favoreçam o
desenvolvimento integral da personalidade humana”.
Qual é
o objetivo central da composição de uma Diretoria Executiva? Qual é a função de
cada um de seus membros? Presidente? Vice-presidente? Secretário? Tesoureiro?
Conselheiro fiscal? E os demais colaboradores? Não é a obtenção do bem comum?
A
obtenção do bem comum, através da Diretoria Executiva, depende da
responsabilidade de cada um de seus membros. Há um ditado que diz: “Ninguém tem
o monopólio da verdade, nem a exclusividade do erro”. Na formação de uma
Diretoria Executiva, cada um de seus membros tem uma cota de responsabilidade.
Acontece que não se delega responsabilidade; a pessoa é que deve se sentir
responsável pelas suas tarefas. Tenhamos em mente o encargo e não simplesmente
o cargo.
De
acordo com o seu Estatuto, o Centro Espírita Ismael é uma organização
religiosa, filantrópica e cultural. Cabe-lhe a tarefa de estudar, praticar e
difundir os princípios doutrinários, codificados por Allan Kardec. Para tanto,
deve criar cursos especializados, congregar jovens, promover sessões de
intercâmbio com o mundo espiritual, organizar e manter biblioteca e livraria de
obras espíritas e espiritualistas etc.
Martha Mendonça, em recente artigo na revista Época (n.º 424 – 01/07/2006), cujo título de capa
é "O Novo Espiritismo", relata que, segundo dados oficiais, há
aproximadamente 20 milhões de espíritas no Brasil. Diz, ainda, que o Brasil é
um exportador de conhecimentos espíritas, principalmente através de Divaldo
Pereira Franco e Raul Teixeira, por suas palestras no exterior, particularmente
nos Estados Unidos. Esta cifra mostra que a frequência de novos adeptos, nos
Centros Espíritas, deverá necessariamente aumentar.
À
Diretoria Executiva cabe prever e procurar atender a esse aumento de demanda.
Por isso, há uma responsabilidade conjunta entre frequentadores, colaboradores
e membros da Diretoria Executiva. É esse conjunto que forma a imagem não só do
Centro Espírita como também do Movimento Espírita.
Essa
imagem não é tangível, contudo permanece no subconsciente de cada frequentador
e é transmitida de pessoa para pessoa. Suponha que alguém vá a um Centro
Espírita e seja mal atendido. Ele guardará na memória, mesmo que de forma
inconsciente, essa má impressão e, poderá, ao se encontrar com outra pessoa,
expressá-la publicamente. Diz-se que má notícia é contada para 20 pessoas; a
boa, somente para 5. É conveniente, para o bom êxito da organização, que o frequentador
saia sempre com uma boa impressão.
Quer
sejamos membros da Diretoria Executiva ou simples colaboradores, esforcemo-nos
em prover o melhor atendimento ao público. Somente assim seremos capazes de
projetar, no espaço e no tempo, a melhor imagem do Centro e do Espiritismo.
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