22 novembro 2025

O Cérebro e o Mundo Audiocentrado

O cérebro, composto por bilhões de neurônios, é um órgão que atua como a central de controle de todas as funções vitais, movimentos, pensamentos, emoções e memória. Sendo o centralizador dos sinais recebidos, pode se adaptar com facilidade. Seu lado mecânico: recebe e interpreta sinais do ambiente e envia mensagens para o resto do corpo. Nesse sentido, ele pode se tornar preguiçoso (lei do menor esforço). Forçando-o a novos desafios, ele também vai se tornando mais produtivo.  

mundo audiocentrado refere-se a uma perspectiva cultural e social que coloca a audição e a comunicação oral como o sentido e o meio de interação predominantes e superiores. A voz, a imagem e o vídeo tornam-se os meios de comunicação em detrimento da escrita. Ao dar ênfase na audição, podem marginalizar ou desvalorizar a cultura e as sociedades das pessoas surdas ou com deficiência auditiva.

Aspectos positivos do mundo audiocentrado. Como a fala é a forma de comunicação humana mais antiga e intuitiva, ela está sendo aproveitada em podcasts, audiobooks, vídeos curtos narrados, aplicativos que “leem em voz alta”, IA capaz de converter qualquer texto em áudio natural. Tudo isso permite “aprendizado enquanto faço outra coisa” — algo que texto e vídeo não permitem. Resultado: o tempo dedicado ao conteúdo oral está crescendo mais rápido que o tempo para o conteúdo escrito.

Aspectos negativos do mundo audiocentrado. Ao nos informamos somente pelo áudio, podemos dificultar o uso do cérebro na sua totalidade, ou seja, refrearmos a análise crítica dos conteúdos recebidos. Nossa visão pode ser distorcida. Podemos nos tornar excessivamente passivos. Podemos estimular a dopamina — neurotransmissor que transmite sinais ao cérebro — exigindo cada vez mais respostas rápidas para a recompensa do prazer. Podemos dificultar a nossa leitura de textos mais longos ou preguiça de fazer um resumo.

O meio-termo. Em qualquer tema ou assunto, a ponderação e a reflexão são fundamentais. Lembremo-nos de Aristóteles que definia o "meio-termo" como a busca por um equilíbrio virtuoso entre dois extremos viciosos (excesso e falta). Como dissemos, o cérebro tem o poder de se adaptar. Nesse caso, evitemos que ele se adapte ao superficial das informações rápidas, tais como aquelas vindas dos vídeos curtos, o aplicativo tictok, por exemplo.  

A IA, os vídeos e os áudios vieram para ficar. Lembremo-nos, também, de que a leitura tradicional e o processo de escrever estimula diferentes partes do cérebro, que exigem mais reflexão e concentração. Mantenhamos, em tudo, o nosso foco de atenção, baseada na lógica, na análise crítica e racional.

Fonte de Consulta

Inteligência Artificial 

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Sobre a Dopamina

A dopamina é um neurotransmissor essencial para a comunicação entre neurônios e está ligada à motivação, ao aprendizado, ao movimento e ao sistema de recompensa. Mais do que gerar prazer, ela impulsiona a busca por recompensas, funcionando como um motor da ação humana. Quando algo potencialmente recompensador é percebido, áreas cerebrais relacionadas ao desejo são ativadas e a dopamina se eleva, criando motivação.

O sistema de recompensa, que evoluiu para garantir a sobrevivência, envolve estruturas primordiais do cérebro, como a Área Tegmental Ventral (VTA) e o Núcleo Accumbens. A VTA detecta necessidades do organismo e antecipa a sensação de satisfação, enquanto o Núcleo Accumbens libera a sensação de prazer. A dopamina, liberada nesse circuito, fortalece comportamentos úteis e participa diretamente da formação de hábitos, aprendizado e também vícios.

Além da VTA e do Núcleo Accumbens, o córtex pré-frontal integra o sistema de recompensa, sendo responsável por decisões, planejamento e controle de impulsos. Quando uma ação gera uma sensação positiva, ocorre o reforço, aumentando a probabilidade de o comportamento se repetir. Esse mecanismo funciona tanto para hábitos saudáveis quanto para vícios, influenciando nossas escolhas e rotinas.

Substâncias psicoativas exploram esse sistema ao aumentar artificialmente a liberação de dopamina, gerando sensações intensas de prazer e bem-estar. Entretanto, o uso repetido leva à desregulação dos circuitos cerebrais, reduz fluxo sanguíneo e altera o equilíbrio químico. Embora provoquem efeitos imediatos agradáveis — como os primeiros goles de álcool, que causam euforia e relaxamento —, essas substâncias podem resultar em dependência e exigir posterior readaptação cerebral na desintoxicação.

O tabagismo é um exemplo claro desse processo. A nicotina imita a acetilcolina, estimulando neurônios que liberam dopamina e promovendo alívio rápido em segundos. Com o uso contínuo, o cérebro reduz sua produção natural e aumenta a necessidade de nicotina para manter o equilíbrio, criando dependência física e comportamental. Essa adaptação fecha um ciclo difícil de romper, motivo pelo qual parar de fumar exige estratégias de substituição e tempo para o cérebro se reajustar.

Fonte de Consulta

Redear’s Digest, Um Cérebro para a Vida Inteira. Tradução de Ana Valéria Lessa... et al. Rio de Janeiro: Redear’s Digest, 2010.

ChatGPT

 

 


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