Oratória não é comunicação. Finley Peter Dunn, um humorista do
início do século vinte, declarou certa vez: "Um homem nunca se torna
orador quando tem algo a dizer."
Sir Winston Churchill assim expressou sua opinião acerca dos
oradores: "Podem ser melhor descritos como [pessoas] que, antes de se
levantarem, não sabem o que irão dizer; quando estão falando, não sabem o que
dizem; e quando voltam a sentar-se, não sabem o que disseram."
Como orador, você está imbuído de
uma responsabilidade seriíssima. O reverendo Jenkin Lloyd Jones escreveu em um de seus
livros: "O homem que faz uma palestra desinteressante de trinta minutos
desperdiça apenas meia hora de seu tempo. Mas ele desperdiça uma centena de
horas do tempo de sua plateia mais de quatro dias, o que deveria ser
considerado crime passível de pena de morte."
Como pensar não é nada fácil, a maioria de nós evita isso.
Thomas Edison disse certa vez: "Não há o que o homem não faça para evitar
a dura tarefa de pensar." O que muitas vezes passa por pensar nada mais é
que redispor opiniões.
Alfred Korzybski, cientista que esteve em atividade há uns
sessenta anos, declarou: "Existem duas formas de passar pela vida;
acreditando em tudo ou duvidando de tudo." Quando você exige de si mesmo
ser um pensador responsável, passa a perceber pensamentos irresponsáveis no
raciocínio das outras pessoas, o que pode ser recompensador.
"Nossos planos fracassaram porque não tínhamos objetivo. Quando um homem não sabe a que porto deseja chegar, nenhum vento é o vento certo." (Sêneca)
O medo de palco é considerado o medo que pode transformar um brutamontes num bebê chorão. Uma mulher diz: "É como uma jiboia invisível que se enrosca em torno de meu cérebro, deixando-me tão paralisada que mal posso falar."
Caso alguma coisa assim ocorra, a melhor atitude que poderá
tomar será não fazer nada.
“Você jamais comoverá os outros, de coração para coração, se não lhes falar de coração.” (Goethe)
Morri de rir com um cartum que mostrava um orador de jantar
dirigindo-se a uma plateia adormecida com as palavras: "E agora, para concluir... ACORDEM TODOS!"
Will Rogers sabia cativar uma plateia. Ele costumava dizer: "Diga-lhes o que vai dizer a eles, então diga, e em seguida diga-lhes
de novo o que acaba de lhes dizer."
Um amigo meu, que é um palestrante muito procurado para
falar sobre o poder do pensamento positivo, usa sempre o mesmo material. Certa
vez perguntei a ele: "Quando você fala a mesma coisa para a mesma plateia
ano após ano, as pessoas não ficam entediadas?"
Ele riu. "Nunca! Elas pagam para me
ouvir falar o que já lhes disse antes. Elas se sentem seguras e relaxadas
sabendo que o que vou dizer vai reforçar aquilo em que elas já acreditam.
É a mesma segurança que uma criança experimenta ouvindo um conto de fadas que
conhece de cor, lido para ela por alguém que ela ama. O familiar é sempre
reconfortante."
Washburn Child, embaixador americano na Itália na década de
1920, certa vez confidenciou o segredo de seu sucesso como diplomata: "Sinto-me tão empolgado em relação à vida que simplesmente não consigo
ficar parado. Tenho de dizer às pessoas o que sinto."
Ao escrever sobre administração, o especialista Edward C.
Schleh afirmou: "O líder é um catalisador, uma pessoa que estimula as
outras à ação, a fonte da qual se extrai a energia, o cerne do espírito
colaborativo do grupo."
Alfred J. Marrow, outro fomentador de habilidades de administração,
defende a liderança como uma característica humana: "A verdadeira liderança
distingue-se não pela dominação, mas pelo serviço. Trata-se de uma habilidade
desenvolvida num processo de comunicação bidirecional — um feedback contínuo."
O presidente dos EUA Dwight D. Eisenhower descreveu a
liderança como a "capacidade em decidir o que deve ser feito e
depois despertar nos outros o desejo de fazê-lo."
O satirista vitoriano Samuel Butler escreveu: "Aquele que contra sua vontade atende é por iniciativa própria negligente."
"Os melhores líderes são aqueles dos quais as pessoas mal se dão conta. Quando o trabalho está acabado, as metas cumpridas, seus seguidores dirão: 'Fizemos tudo sozinhos." (Antigo provérbio chinês)
"Lembre-se, ninguém pode fazer você sentir-se inferior sem o seu consentimento." (Eleanor Roosevelt)
Eleanor Roosevelt, admirada no mundo inteiro por sua capacidade
de cativar plateias de todos os tipos, ficou apavorada na primeira vez em que
falou em público. Ela declarou: "Acredito que todo
mundo pode vencer o medo fazendo as coisas que teme fazer, contanto que as faça
até montar um arquivo de experiências felizes."
Noventa por cento de nós estamos insatisfeitos com a nossa aparência.
William James disse: "Aja como se fosse
belo, confiante e elegante, e você o será."
Píndaro (533-422 a.C.) escreveu em Ístmicas ode 4: "Tudo quanto se diz deve ser dito numa voz que possa ser ouvida." E Homero escreveu na Odisseia: "Ele cessou de falar; mas tão agradável era sua voz que aos homens ficou a impressão de ainda o estarem ouvindo."
Francis Bacon (1561-1626) escreveu em um dos seus Estudos,
"A leitura torna um homem completo, a troca de ideias
um homem diligente e a redação um homem exato."
Em seu livro Psycho-cybernetics
(Wilshire, 1972), o Dr. Maxwell Maltz considera: "Precisamos ter coragem
para defender nossas ideias, para enfrentar riscos calculados e para agir. Tudo
o que vive precisa de coragem para conseguir conforto e felicidade."
O conselho de Benjamin Franklin: "Resolva fazer o que deve; faça sem hesitação o que houver resolvido."
Os oradores dinâmicos chegaram onde estão atuando para plateias — não sentados
nelas.
Certa vez Franklin Roosevelt estava sentado num tablado,
como o orador principal numa cerimônia de formatura, quando percebeu que o que
havia pensado dizer não seria nem um pouco apropriado. Ele se levantou e
sorriu: "Acabo de decidir que o que vim lhes dizer não vem ao
caso. Portanto vou colocar minhas anotações de lado e falar sobre alguma coisa
mais adequada à ocasião."
David Viscott, autor de Risking,
escreveu: "Quanto mais você ama a si mesmo, menos dependente fica dos
outros." Perguntar às pessoas o que elas pensam de você é pura perda de
tempo. Seus amigos não dirão a verdade mais sincera; seus inimigos estão
ansiosos em dizer-lhe o quanto você é feio, incompetente ou chato. E quem quer
saber a opinião deles, afinal?
O poeta Alfred, Lord Tennyson, alertou para o perigo contido na arte da ilusão dos oradores: "Encanta-nos, orador, até que aos nossos olhos o leão não seja mais que um gatinho."
BUCHAN, Vivian. Como Fazer Apresentações com Segurança: Um Guia para o Sucesso no Mundo dos Negócios. Tradução de Sylvio Gonçalves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
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