16 março 2024

Contador de Histórias

Contar histórias é a arte de usar palavras, gestos e presença de palco para agradar àqueles que emprestam os seus ouvidos. Contos populares são próprios da cultura oral (auditiva), enquanto os literários são próprios da cultura escrita (visual de mensagem). Todos resultam de produções coletivas de um povo. A cultura oral, entretanto, sobrepõe-se à cultura literária. Por isso, diz-se que: “Na África, cada velho que morre é uma biblioteca que se queima”.  

A importância de se contar histórias baseia-se em:  

  • histórias despertam o gosto pela leitura;
  • ajudam no desenvolvimento psicológico e moral;
  • ampliam o vocabulário;
  • aprimoram a atenção, a imaginação, a observação, a memória, a reflexão e a linguagem;
  • adaptam as pessoas ao meio ambiente;
  • aliviam sobrecargas emocionais;
  • desenvolvem funções cognitivas para o pensamento: comparação, o raciocínio lógico, as relações de tempo e espaço, o pensamento hipotético e o pensamento divergente ou convergente;
  • colabora para a formação ética e cidadã das crianças, dos jovens e dos adultos.

As histórias podem ser extraídas dos contos de fadas, dos mitos, das fábulas (Esopo, Fedro e La Fontaine), das histórias de animais, dos contos cumulativos, dos contos etiológicos, dos contos do Demônio logrado, das anedotas e das lendas. Há, também, os contos de  Charles Perrault, dos Irmãos Grimm e de Andersen.

A história de Sherazade é muita famosa. Resume-se no seguinte:  

"Sherazade foi casada com o sultão árabe Sheriar. O sultão já teria sido traído pela rainha, a sua primeira esposa, e desde então, casava-se todos os dias com uma nova mulher e, no dia seguinte do casamento, mandava matá-la. Sherazade, ao se casar com o sultão, lhe contou uma história e a interrompeu na melhor parte. O sultão, que adorava ouvir histórias, permitiu que ela vivesse para ouvir a continuação na noite seguinte. E assim passaram-se mil e uma noites, até que o sultão resolveu não matá-la mais." 

As expressões de espanto, de admiração e de indignação dos ouvintes estimulam o contador de histórias. O conto oral permite que haja expressão corporal, improvisação, interpretação e interação com os ouvintes. O conto lido, deixa muito a desejar, porque não se consegue improvisar a partir dos estímulos do auditório.

Para que o contador de histórias tenha êxito, convém processar a história em seu interior. Nada de “decoreba”.  

Fonte de Consulta

Curso de Contadores de Histórias 

MATOS, Gislayne Avelar e SORSY, Inno. O Ofício de Contador de Histórias: Perguntas e Respostas, Exercícios Práticos e um Repertório para Encantar. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2007.

São Paulo, março de 2013.

 

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