17 março 2024

Instrutor Espírita

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Importância do Ensino no Centro Espírita: 3.1. Princípios do Ensino; 3.2. Objetivo do Ensino; 3.3 Os Cursos no Centro Espírita. 4. Sobre o Instrutor: 4.1. Características Importantes; 4.2. Preparo de uma Aula ou Palestra; 4.3. Atuando como Instrutor. 5. Formação Doutrinária do Instrutor: 5.1. Ciência, Filosofia e Religião; 5.2. O Problema da Opinião Pessoal; 5.3. O Instrutor diante do Centro Espírita. 6. Conclusão.

1. INTRODUÇÃO

O instrutor (expositor) é o colaborador de um Centro Espírita que tem a incumbência de divulgar os princípios fundamentais do Espiritismo. Discutiremos alguns tópicos deste tema, incluindo a relação ensino-aprendizagem e a interdependência das funções dentro de um Centro Espírita. 

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A divulgação dos conhecimentos adquiridos vem de longa data. Se prestarmos atenção, Jesus se reunia com os seus discípulos, no sentido de formar novos amplificadores de sua doutrina.

A Igreja faz essa amplificação através da catequese, do grego "ressonância", "instruir a viva voz". Instrução metódica e oral sobre coisas religiosas. Por extensão: doutrinação

Instrução liga-se a ensino e ensino liga-se a aprendizagem. Por isso, a discussão da relação ensino-aprendizagem.

Ensino e aprendizagem ligam-se ao método. Por isso, os vários métodos de ensino.

O instrutor deve estar inserido dentro do Centro Espírita. Por isso, a reflexão sobre a interdependência entre as várias atividades exercidas numa Casa Espírita.

3. IMPORTÂNCIA DO ENSINO NO CENTRO ESPÍRITA

3.1. PRINCÍPIOS DO ENSINO

Todo o instrutor deve ter em mente que há princípios fundamentais para o estudo, a aprendizagem e transmissão do conhecimento. Entre tais princípios, citamos: 1.º) é preciso que a pessoa sinta necessidade de adquirir conhecimento - instrução que não é desejada, é educacionalmente negativa; 2.º) que aprenda a fazer as coisas, fazendo também - nossas experiências são a base de nossos pensamentos; 3º) parta do conhecido para o desconhecido - isto é, do simples para o complexo.

3.2. OBJETIVO DO ENSINO

O objetivo do ensino na Casa Espírita é transmitir ao educando informações básicas acerca dos princípios doutrinários, sem ferir o íntimo de cada ouvinte; ao contrário, criar condições favoráveis à recepção destes postulados, lembrando que cada um de nós está em níveis de percepção espiritual diferentes, cabendo ao instrutor ajustar-se às necessidades de cada grupo.

3.3. OS CURSOS NO CENTRO ESPÍRITA

O ensino poderia perfeitamente ser ministrado sem os “cursos”. Os Cursos Regulares, porém, dão outra dinâmica, pois sistematizando as aulas, tem-se um rendimento muito mais efetivo. Os cursos no Centro Espírita não podem seguir a dinâmica dos cursos mundanos, com exames e notas. O ensino no Centro Espírita deve ter o condão de nos levar a refletir que a atitude, tanto de quem ensina como de quem aprende, é formar almas, compenetradas de suas responsabilidades, perante a si mesmos e perante aos outros.

4. SOBRE O INSTRUTOR

4.1. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

Para atuar na área de ensino, o colaborador deve ter as seguintes características: 1) não medir esforços para a preparação do assunto que irá expor; 2) ter facilidade de expor idéias aos outros; 3) estar a par das regras de oratória e exposição; 4) ser amante do conhecimento, não só espírita, mas de cultura geral; 5) não se melindrar com críticas e observações acerca de sua exposição; 6) dar abertura à influência do plano espiritual superior.

4.2. PREPARO DE UMA AULA OU PALESTRA

O instrutor deve ter em mente as técnicas de exposição. Hoje, mais do que nunca precisamos estar a par dos avanços da informática: recursos dos programas de PowerPoint, por exemplo. Em se tratando das técnicas de exposição, há os diversos métodos de ensino, que nos orientam sobre palestra, dinâmica de grupo, debates orientados, sessão de brainstormings, entre outros. Tudo deve ser feito com critério, pois como se diz: “Se Jesus, na sua época, tivesse usado o PowerPoint, não teria nenhum discípulo”. Quer dizer, a postura e a empatia do expositor contam mais do que as aparelhagens modernas.

4.3. ATUANDO COMO INSTRUTOR

Em se tratando de uma Casa Espírita, onde nos ensinam que o Espírito já adquiriu conhecimentos em outras existências, o diálogo é de fundamental importância, pois um aluno com vivências passadas mais ricas do que a nossa, pode também nos ensinar muito, tornando a aula mais proveitosa.

5. FORMAÇÃO DOUTRINÁRIA DO INSTRUTOR

5.1. CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO

O instrutor deve procurar expressar a Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto, ou seja, em termos da filosofia, da ciência e da religião. Para muitos, a interligação parece difícil, mas o Espiritismo, sendo uma síntese de todo o conhecimento veiculado, pode analisar um assunto qualquer sob estes três aspectos. Com isso, desviamo-nos do comodismo de repetir frases de efeito, que não nos levam muito longe em nossas reflexões sobre a própria doutrina.

5.2. O PROBLEMA DA OPINIÃO PESSOAL

Evitar o “eu acho”, “eu penso”, “eu isso”, “eu aquilo”. Nosso problema é expor a Doutrina, lembrando que o termo doutrinário significa quem obedece rigidamente aos princípios da própria doutrina, prestando atenção à teoria no seu sentido abstrato, mais do que no prático. Podemos e devemos usar as nossas próprias palavras, mas alicerçadas no conhecimento refletido e alicerçado nos fundamentos básicos do espiritismo.

5.3. O INSTRUTOR DIANTE DO CENTRO ESPÍRITA

O instrutor deve ter em mente que ele é uma peça na organização global de uma Casa Espírita. Achar que a sua função é mais importante do que as outras pode fazê-lo desviar da verdade e cair no erro. Lembremo-nos de que cada um dos diversos frequentadores de uma Casa Espírita está ali para desenvolver uma função primordial. Ninguém é mais do ninguém, porque todos trabalhamos para a unidade, que se chama Centro Espírita que, por principio não tem dono. É apenas uma organização religiosa.  

6. CONCLUSÃO

Estejamos convictos de que só ensina quem aprende. Não sejamos os falsos profetas do Evangelho, aqueles que se colocam como disseminadores da doutrina do Cristo e não passam de expositores do erro e da discórdia.  

São Paulo, setembro de 2010.

 

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