21 abril 2009

"O Banquete" de Platão e a Oratória

Tese: o amor visto sob diversos ângulos

"O Banquete", de Platão, é um livro de diálogos de Platão atribuído a ele mesmo e não a Sócrates, seu mestre. Trata-se dos sete discursos a respeito do deus Eros, o deus do amor. Diz-se que depois de muitas festas e bebedeiras, resolveram instituir uma trégua, no sentido de falarem sobre determinado tema, no caso o amor, sugerido por Erixímaco. Os oradores foram: Fedro, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Agaton, Sócrates e Alcibíades.

Qual a importância de "O Banquete" para a oratória? O mesmo tema visto por diversos ângulos. A sua dinâmica abre-nos a mente para outros temas de igual valor. Observe a técnica de cada um dos oradores: o começo de cada discurso refere-se ao anterior ou aos anteriores. Cada novo participante diz: o orador que me precedeu falou dessa maneira, mas eu vou partir para este outro caminho. O mesmo deveríamos fazer quando formos convidados a falar, juntamente com outros oradores, de um mesmo assunto.

Fedro, o primeiro orador inscrito, coloca Eros como um dos mais antigos deuses que surgiram depois do Caos da terra, enaltecendo as suas qualidades. Pausânias, o 2.º orador, critica o elogio a Eros, afirmando que existe mais de um Eros, o Eros Celeste e o Eros Vulgar. Erixímaco, o 3.º orador, educado nas artes médicas, discorda do discurso de Pausânias, e diz que o Eros não existe somente nas almas dos homens, mas também na Natureza dos corpos. Aristófanes, o 4.º orador, desenvolve a tese dos andróginos, em que o masculino e o feminino estão no mesmo ser. Agaton, o 5.º orador, discorre sobre a natureza do amor, em que "os semelhantes procuram os semelhantes", ou "os contrários procuram os contrários". Sócrates, o 6.º orador, por sua vez, o mais importante dentre os homens presentes, diz que na juventude foi iniciado na filosofia do amor por Diotima de Mantinea. "Dela hauri toda a ciência que possuo sobre o amor". Ele fala que sendo o Amor, o amor de algo esse algo é por ele certamente desejado. Mas este objeto do amor só pode ser desejado quando lhe falta e não quando possui, pois ninguém deseja aquilo de que não precisa mais. Alcibíades preferiu mais fazer um elogio a Sócrates do que descrever sobre o amor.

Fonte de Consulta

PLATÃO. O Banquete. Edipro de Bolso, 2007.




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