06 agosto 2009

Dicção e Impostação da Voz

Autoconsciência. Conhecer a própria voz e suas possibilidades será a primeira atitude do expositor que deseje educá-la, para que se faça agradável a quem ouve. A experiência de pessoas que ouviram a própria voz gravada é de que a maioria manifesta estranheza, onde se conclui que a maioria desconhece os recursos verbais de que dispõe.

Respiração. A base da voz é a respiração. A respiração correta é aquela que enche os pulmões de ar, aumentando o fôlego. Para isso, deve-se respirar através do diafragma, ou, pela barriga. Pulmões repletos permitem um alcance maior de voz, que, assim, ganha em poder. Educar a saída do ar. A garganta e a boca devem se abrir farta e tranquilamente, ao falar; todos os músculos faciais e o aparelho de fonação necessitam estar relaxados, para evitar mudanças e defeitos de voz, como hipertonia vocal (falar alto em demasia) ou hipotonia (falar muito baixo).

Pronúncia, pontuação e entonaçãoPronúncia. Dizer as palavras inteiras, evitando “engolir” sílabas, sobretudo as de final de frase, mantendo ritmo e tonalidade. Pontuação. É profundamente vinculada à respiração. O ideal é dizer o texto em tom conversativo, de modo natural e respirando nos pontos e pontos-e-vírgulas. Entonação. O “colorido” da voz que deverá variar, de maneira a não tornar monótona a palestra, cansando o público. Há vários tipos de tonalidade, que podem ser treinados pelo expositor: a voz de ouro, de prata, de bronze e de veludo.

Sinal enfático. O orador deve saber não apenas entonar a voz de acordo com a emoção do assunto, mas precisa também dar às palavras a ênfase que merecem. Uma frase pode ter seu sentido completamente adulterado, se não colocarmos o sinal enfático no lugar certo. Atentando na pergunta: “Você abriu a porta?”, se a ênfase for dada a você, a pessoa indagada será influenciada a responder: “Sim, eu”. No caso de abriu, ela responderá: “Sim, abri” e em  porta, ela retrucará:  “Sim, foi a porta”.

Um exemplo. Analisemos a seguinte frase: “Lá os vi, em uma sala menor, talvez que metade desta, seis, ou oito, sentados nas camas onde dormiam”. Lá os vi (pausa, ergue-se um pouco a voz, quando se pronuncia a sílaba  vi); em uma sala menor (no em uma volta-se ao tom anterior, erguendo-se quando da última sílaba nor, no mesmo tom da anterior vi); talvez que metade desta (aqui estamos num parêntese, o tom deve descer para diferenciar-se bem do tom das palavras anteriores, baixando-se a voz em desta, e pausa curta); seis, ou oito (volta-se ao tom anterior, aumentando-lhe um pouco quando se pronuncia) ou oito (prolongando-se na sílaba oi; pausa); sentados nas camas onde dormiam (baixa-se a voz, prolonga-se na sílaba ta, pronunciando-se o resto da frase em tom normal,  baixando afinal em  iam,  pois é o fim do período).

Educação da voz. Segundo o Espírito Emmanuel, deveríamos “educar a voz, para que se faça construtiva e agradável”. Quem se preocupa com a palavra, aumenta suas chances como orador.

 

 

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