SUMÁRIO: 1. Introdução. 2.
Considerações Iniciais. 3. Importância do Ensino no Centro Espírita: 3.1.
Princípios do Ensino; 3.2. Objetivo do Ensino; 3.3 Os Cursos no Centro
Espírita. 4. Sobre o Instrutor: 4.1. Características Importantes; 4.2. Preparo
de uma Aula ou Palestra; 4.3. Atuando como Instrutor. 5. Formação Doutrinária
do Instrutor: 5.1. Ciência, Filosofia e Religião; 5.2. O Problema da Opinião
Pessoal; 5.3. O Instrutor diante do Centro Espírita. 6. Conclusão.
1. INTRODUÇÃO
O instrutor
(expositor) é o colaborador de um Centro Espírita que tem a incumbência de
divulgar os princípios fundamentais do Espiritismo. Discutiremos alguns tópicos
deste tema, incluindo a relação ensino-aprendizagem e a interdependência das
funções dentro de um Centro Espírita.
2. CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
A divulgação dos
conhecimentos adquiridos vem de longa data. Se prestarmos atenção, Jesus se
reunia com os seus discípulos, no sentido de formar novos amplificadores de sua
doutrina.
A Igreja faz essa amplificação
através da catequese, do grego "ressonância", "instruir a
viva voz". Instrução metódica e oral sobre coisas religiosas. Por
extensão: doutrinação
Instrução liga-se a
ensino e ensino liga-se a aprendizagem. Por isso, a discussão da relação ensino-aprendizagem.
Ensino e aprendizagem
ligam-se ao método. Por isso, os vários métodos de ensino.
O instrutor deve
estar inserido dentro do Centro Espírita. Por isso, a reflexão sobre a
interdependência entre as várias atividades exercidas numa Casa Espírita.
3. IMPORTÂNCIA DO
ENSINO NO CENTRO ESPÍRITA
3.1. PRINCÍPIOS DO
ENSINO
Todo o instrutor deve
ter em mente que há princípios fundamentais para o estudo, a aprendizagem e
transmissão do conhecimento. Entre tais princípios, citamos: 1.º) é preciso que
a pessoa sinta necessidade de adquirir conhecimento - instrução que não é
desejada, é educacionalmente negativa; 2.º) que aprenda a fazer as coisas,
fazendo também - nossas experiências são a base de nossos pensamentos; 3º)
parta do conhecido para o desconhecido - isto é, do simples para o complexo.
3.2. OBJETIVO DO
ENSINO
O objetivo do ensino
na Casa Espírita é transmitir ao educando informações básicas acerca dos
princípios doutrinários, sem ferir o íntimo de cada ouvinte; ao contrário,
criar condições favoráveis à recepção destes postulados, lembrando que cada um
de nós está em níveis de percepção espiritual diferentes, cabendo ao instrutor
ajustar-se às necessidades de cada grupo.
3.3. OS CURSOS NO
CENTRO ESPÍRITA
O ensino poderia
perfeitamente ser ministrado sem os “cursos”. Os Cursos Regulares, porém, dão
outra dinâmica, pois sistematizando as aulas, tem-se um rendimento muito mais
efetivo. Os cursos no Centro Espírita não podem seguir a dinâmica dos cursos
mundanos, com exames e notas. O ensino no Centro Espírita deve ter o condão de
nos levar a refletir que a atitude, tanto de quem ensina como de quem aprende,
é formar almas, compenetradas de suas responsabilidades, perante a si mesmos e
perante aos outros.
4. SOBRE O INSTRUTOR
4.1. CARACTERÍSTICAS
IMPORTANTES
Para atuar na área de
ensino, o colaborador deve ter as seguintes características: 1) não medir
esforços para a preparação do assunto que irá expor; 2) ter facilidade de expor
idéias aos outros; 3) estar a par das regras de oratória e exposição; 4) ser amante
do conhecimento, não só espírita, mas de cultura geral; 5) não se melindrar com
críticas e observações acerca de sua exposição; 6) dar abertura à influência do
plano espiritual superior.
4.2. PREPARO DE UMA
AULA OU PALESTRA
O instrutor deve ter
em mente as técnicas de exposição. Hoje, mais do que nunca precisamos estar a
par dos avanços da informática: recursos dos programas de PowerPoint, por
exemplo. Em se tratando das técnicas de exposição, há os diversos métodos de
ensino, que nos orientam sobre palestra, dinâmica de grupo, debates orientados,
sessão de brainstormings, entre outros. Tudo deve ser feito com
critério, pois como se diz: “Se Jesus, na sua época, tivesse usado o
PowerPoint, não teria nenhum discípulo”. Quer dizer, a postura e a empatia do
expositor contam mais do que as aparelhagens modernas.
4.3. ATUANDO COMO
INSTRUTOR
Em se tratando de uma
Casa Espírita, onde nos ensinam que o Espírito já adquiriu conhecimentos em
outras existências, o diálogo é de fundamental importância, pois um aluno com
vivências passadas mais ricas do que a nossa, pode também nos ensinar muito,
tornando a aula mais proveitosa.
5. FORMAÇÃO
DOUTRINÁRIA DO INSTRUTOR
5.1. CIÊNCIA,
FILOSOFIA E RELIGIÃO
O instrutor deve
procurar expressar a Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto, ou seja, em
termos da filosofia, da ciência e da religião. Para muitos, a interligação
parece difícil, mas o Espiritismo, sendo uma síntese de todo o conhecimento
veiculado, pode analisar um assunto qualquer sob estes três aspectos. Com isso,
desviamo-nos do comodismo de repetir frases de efeito, que não nos levam muito
longe em nossas reflexões sobre a própria doutrina.
5.2. O PROBLEMA DA
OPINIÃO PESSOAL
Evitar o “eu acho”,
“eu penso”, “eu isso”, “eu aquilo”. Nosso problema é expor a Doutrina,
lembrando que o termo doutrinário significa quem obedece rigidamente aos
princípios da própria doutrina, prestando atenção à teoria no seu sentido
abstrato, mais do que no prático. Podemos e devemos usar as nossas próprias
palavras, mas alicerçadas no conhecimento refletido e alicerçado nos
fundamentos básicos do espiritismo.
5.3. O INSTRUTOR
DIANTE DO CENTRO ESPÍRITA
O instrutor deve ter
em mente que ele é uma peça na organização global de uma Casa Espírita. Achar
que a sua função é mais importante do que as outras pode fazê-lo desviar da
verdade e cair no erro. Lembremo-nos de que cada um dos diversos frequentadores
de uma Casa Espírita está ali para desenvolver uma função primordial. Ninguém é
mais do ninguém, porque todos trabalhamos para a unidade, que se chama Centro
Espírita que, por principio não tem dono. É apenas uma organização religiosa.
6. CONCLUSÃO
Estejamos convictos
de que só ensina quem aprende. Não sejamos os falsos profetas do Evangelho,
aqueles que se colocam como disseminadores da doutrina do Cristo e não passam
de expositores do erro e da discórdia.
São Paulo, setembro
de 2010.
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