SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. O
Problema da Informação: 4.1. Importância da Informação; 4.2. Direito e Dever da
Informação; 4.3. A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948). 5. O
Problema da Comunicação: 5.1. O Ser Social; 5.2. Tipos de Comunicação; 5.3. A
Sintonia entre o Emissor e o Receptor. 6. Informação e Doutrina Espírita: 6.1.
Não Acreditemos em Todos os Espíritos; 6.2. A Candeia e o Alqueire; 6.3. Na
Tribuna. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O que é informação? O que é
comunicação? Informar é formar? Temos o direito e o dever de comunicar todo e
qualquer tipo de conhecimento? O que é realmente relevante saber para poder
comunicar?
2. CONCEITO
Informação.
Significa, originariamente, dar forma a alguma coisa que por esta forma se
torna cognoscível e, como tal, transmissível. Liga-se a todo o processo de
criação, conservação e comunicação do conhecimento humano.
Comunicação. Do
lat. communicatio de communis = comum significa
a ação de tornar algo comum a muitos. É o estabelecimento de uma corrente de
pensamento ou mensagem, dirigida de um indivíduo a outro, com o fim de
informar, persuadir, ou divertir. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo).
Significa, também, a troca de informações entre um transmissor e um receptor, e
a inferência (percepção) do significado entre os indivíduos envolvidos.
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A informação tornou-se, nos dias
que correm, a mercadoria mais valorizada. Hoje, fala-se da tecnologia da
informação, em que se dá mais valor aos serviços prestados por um bem do que a
sua produção. Em se tratando da informática, o software (programa)
tem mais valor do que o hardware (máquina física).
Segundo Richard S. Wurman, uma
edição do The New York Times em um dia da semana contém mais
informações do que um mortal comum poderia receber durante toda a vida na
Inglaterra no século XVII; nos últimos 30 anos produziu-se um volume maior de
informações novas do que nos 5.000 anos precedentes.
Por esta razão, diz-se que
"O conhecimento é ‘moeda’ de nosso tempo, e a velocidade de mudanças é a
‘taxa de inflação’. Quanto mais alta for essa taxa, mais rapidamente essa moeda
perde seu valor. A reciclagem nada mais é do que a ‘correção monetária’ do
ativo conceitual ‘depositado’ nos ‘bancos’ de memória humanos".
Em vista do acúmulo das
informações, tenhamos um cuidado especial para navegar e não naufragar,
principalmente na Internet.
4. O PROBLEMA DA INFORMAÇÃO
4.1. IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO
A liberdade humana está
intimamente ligada à capacidade de obter informação. A determinação de fazermos
isto ou aquilo supõe que tenhamos a informação necessária para tomarmos esta ou
aquela decisão. A escolha de governantes, por exemplo, supõe a capacidade de
juízo crítico, proveniente da informação adequada. Sem informação, não teríamos
a propagação das descobertas científicas, tão necessárias à longevidade da vida
humana. A informação é comparada à função que o sistema nervoso exerce no
organismo, ou seja, a de regulação social.
4.2. DIREITO E DEVER DA INFORMAÇÃO
O ser humano, pela sua
característica comunicativa, tem o direito de informar e de ser informado. As
nossas experiências e as nossas vivências podem ser úteis às experiências e
vivências do próximo, tanto quanto as suas experiências e vivências podem ser
úteis ao nosso progresso material e espiritual. O direito e o dever devem estar
alicerçados na verdade, da verdade descoberta e da verdade a descobrir. Isto
porque os livros, os jornais, e os meios de comunicação de massa podem
transmitir tanto a verdade quanto o erro. Por isso, a máxima: "Nada
transmitir de falso e nada omitir de verdadeiro". Devemos ser fiéis à
mensagem – recebida e captada –, porque todos temos a grandiosa tarefa de
promover o bem comum do gênero humano.
4.3. A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS DO HOMEM (1948)
No que diz respeito ao tema,
anotamos:
Art. XVIII – "Todo homem tem
direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;..."
Art. XIX – "Todo homem tem
direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras".
Art. XXVII – 1. "Todo homem
tem direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios".
2. "Todo homem tem direito à
proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção
científica, literária ou artística da qual seja autor".
5. O PROBLEMA DA COMUNICAÇÃO
5.1. O SER SOCIAL
Aristóteles, na Antigüidade
clássica grega, falava que o ser humano é um ser social por excelência, e, por
isso, deveria viver em sociedade. Viver em sociedade implica comunicação,
relacionamento, aprendizagem. Em termos práticos, é a convivência com os
contrários. Se nosso próximo é um enigma para nós, nós também o somos para ele.
Por isso, a tolerância deve ser praticada em qualquer circunstância, mesmo
quando tivermos que ouvir insistentemente os nossos supostos adversários.
5.2. TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Em linhas gerais, há dois tipos
de comunicação: a comunicação interpessoal e a comunicação de massas. A
comunicação interpessoal, mais estreita, é aquela praticada em casa, nas
empresas e nos círculos de amigos. A comunicação de massas necessita de um
aparelho multiplicador, mais conhecido como mídia. Quando o presidente da
República se dirige à nação, ele utiliza-se este tipo de comunicação. Ou seja,
ele não fala para atingir uma ou duas pessoas, mas todos os cidadãos, estejam
onde estiverem.
5.3. A SINTONIA ENTRE O EMISSOR E
O RECEPTOR
De acordo com J. Krishnamurti,
"A comunicação implica termos de compreender as palavras
ao ser transmitida alguma coisa. Ambos – receptor e emissor – temos de
ser intensos no mesmo plano e ao mesmo tempo.
Capazes de nos encontrar mutuamente nem um momento antes nem um momento após.
Do contrário não será possível a Comunicação".
A fidelidade de uma comunicação é
medida pela compreensão da mensagem. Uma mensagem é tanto mais fiel quanto produza
em nós uma ressonância idêntica ao emissor. O ruído perturba a fidelidade da
comunicação. Pergunta: como posso me comunicar com os outros se não me comunico
comigo mesmo? Este é o paradoxo da vida moderna. Assim, só deveríamos nos
expressar em público quando tivermos convencidos a nós mesmos que aquilo que
vamos dizer é verdade.
6. INFORMAÇÃO E DOUTRINA ESPÍRITA
6.1. NÃO ACREDITEMOS EM TODOS OS
ESPÍRITOS
São João, na 1.ª Epístola, 4,1,
diz: "Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espírito, mas experimentai
se os Espíritos são de Deus, porque vários falsos profetas se ergueram no
mundo". A comunicação mediúnica sofre a inserção de muitos ruídos. Há a
inspiração dos mentores espirituais, mas por medo ou falta de confiança
permitimos que idéias malsãs interfiram no processo de comunicação. A inserção
de idéias menos felizes está bem explicada por Allan Kardec, em O Livro
dos Médiuns, quando ele discute o problema da obsessão. Diz-nos que há três
graus, ou seja, obsessão simples, fascinação e subjugação. Na obsessão simples,
há a persistência do Espírito em comunicar-se, quer o médium queira, quer não,
impedindo que outros Espíritos o façam; na fascinação, há a ação direta
exercida por um Espírito inferior sobre a do indivíduo, perturbando ou
embaralhando suas idéias; na subjugação, há a constrição exercida por Espírito
(ou Espíritos inferiores), a qual paralisa a vontade de maneira contrária aos
próprios desejos e sentimentos, levando-o à aberração das faculdades
psicofisiológicas.
6.2. A CANDEIA E O ALQUEIRE
Em questão de comunicação, Jesus
deu-nos grandes exemplos, tanto teóricos quanto práticos. A "candeia sob o
alqueire" e o "falar por parábolas" retratam bem o nosso tema.
Nesse trecho do Evangelho, Jesus ensina-nos a comunicar o que sabemos: não
podemos esconder, nem tampouco dizer tudo o que conhecemos. A sua ordem é:
comunique-se de acordo com a compreensão do ouvinte. Nada de termos rebuscados,
palavras difíceis, vocabulário chulo. Aquele que nos ouve merece todo o nosso
respeito. Se o nosso interlocutor não nos entender, a comunicação não se
completará. A justa medida, como apregoava Aristóteles, em sua Ética a
Nicômaco, é sempre bem vinda.
6.3. NA TRIBUNA
O Espírito André Luiz, no
capítulo 14, de Conduta Espírita, dá-nos algumas orientações para o
uso da palavra.
1) Palestrar com naturalidade,
governando as próprias emoções, sem azedume, sem nervosismo e sem momices;
2) Calar qualquer propósito de
destaque, silenciando exibições de conhecimentos, e ajustar-se à Inspiração
Superior;
3) Nos comentários, respeitar
pessoas e instituições;
4) Abster-se de historietas
impróprias ou anedotas reprováveis;
5) Nas conversações, evitar fatos
e estudos doutrinários de entendimento difícil;
6) Diante de um imprevisto,
manter inalterável a sua alocução;
7) Abolir, nas palestras, os
vocábulos impróprios, as expressões pejorativas e os termos da gíria das ruas.
7. CONCLUSÃO
Temos o dever de informar e de
sermos informados. Atendamos, pois, à exortação de Paulo, em Efésios, 4,29:
"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para
promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem".
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena
Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E
BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]
POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA
SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.
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