Contar
histórias é a arte de usar palavras, gestos e presença de palco para agradar
àqueles que emprestam os seus ouvidos. Contos populares são próprios da cultura
oral (auditiva), enquanto os literários são próprios da cultura escrita (visual
de mensagem). Todos resultam de produções coletivas de um povo. A cultura oral,
entretanto, sobrepõe-se à cultura literária. Por isso, diz-se que: “Na África,
cada velho que morre é uma biblioteca que se queima”.
A
importância de se contar histórias baseia-se em:
- histórias despertam o gosto pela leitura;
- ajudam no desenvolvimento psicológico e moral;
- ampliam o vocabulário;
- aprimoram a atenção, a imaginação, a observação, a memória, a
reflexão e a linguagem;
- adaptam as pessoas ao meio ambiente;
- aliviam sobrecargas emocionais;
- desenvolvem
funções cognitivas para o pensamento: comparação, o raciocínio lógico, as
relações de tempo e espaço, o pensamento hipotético e o pensamento
divergente ou convergente;
- colabora
para a formação ética e cidadã das crianças, dos jovens e dos adultos.
As
histórias podem ser extraídas dos contos de fadas, dos mitos, das fábulas
(Esopo, Fedro e La Fontaine), das histórias de animais, dos contos cumulativos,
dos contos etiológicos, dos contos do Demônio logrado, das anedotas e das
lendas. Há, também, os contos de Charles Perrault, dos Irmãos Grimm e de
Andersen.
A
história de Sherazade é muita famosa. Resume-se no seguinte:
"Sherazade foi
casada com o sultão árabe Sheriar. O sultão já teria sido traído pela rainha, a
sua primeira esposa, e desde então, casava-se todos os dias com uma nova mulher
e, no dia seguinte do casamento, mandava matá-la. Sherazade, ao se casar com o
sultão, lhe contou uma história e a interrompeu na melhor parte. O sultão, que
adorava ouvir histórias, permitiu que ela vivesse para ouvir a continuação na
noite seguinte. E assim passaram-se mil e uma noites, até que o sultão resolveu
não matá-la mais."
As
expressões de espanto, de admiração e de indignação dos ouvintes estimulam o
contador de histórias. O conto oral permite que haja expressão corporal,
improvisação, interpretação e interação com os ouvintes. O conto lido, deixa
muito a desejar, porque não se consegue improvisar a partir dos estímulos do
auditório.
Para
que o contador de histórias tenha êxito, convém processar a história em seu
interior. Nada de “decoreba”.
Fonte
de Consulta
Curso de Contadores de Histórias
MATOS, Gislayne
Avelar e SORSY, Inno. O Ofício de Contador de Histórias: Perguntas
e Respostas, Exercícios Práticos e um Repertório para Encantar. 2. ed., São
Paulo: Martins Fontes, 2007.
São Paulo, março de
2013.
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