05 dezembro 2011

Demóstenes e os Quatro Elementos da Retórica

Demóstenes (384-322 a.C.) foi político e orador ateniense. Para vencer a sua gagueira, declamava poemas enquanto corria na praia contra o vento e forçava-se a falar com seixos na boca. Com isso, não só venceu a gaguez, mas conseguiu dar maviosidade à sua voz.

Para Demóstenes, uma peça oratória deveria se fundamentar em:

1) uma grande pessoa;

2) um evento inesquecível;

3) uma mensagem convincente;

4) uma transmissão primorosa.

Para sermos uma grande pessoa, não precisamos ser presidente do país, ou de uma grande multinacional; basta chefiarmos grupos de trabalho, orientarmos alunos e criarmos motivação para jovens em uma comunidade carente. É suficiente que sejamos o melhor naquilo que pudermos ser. Se conseguirmos irradiar entusiasmo, senso de humor, perseverança e otimismo, com certeza, as pessoas que estão à nossa volta vão parar para nos ouvir.

Para que foquemos apenas os eventos inesquecíveis, temos de renunciar àqueles que não os são. Muitas vezes, temos que rejeitar convites para pronunciamentos que não fazem parte de nosso projeto de vida. Isso não é muito fácil, porque queremos sempre agradar ao nosso próximo, ao convite que nos foi feito. Mas, será que ele faz parte de nossas aspirações do momento? Aprendamos a dizer não, quando nossa consciência a isso nos obriga.

Uma mensagem convincente. Para que nossa mensagem seja convincente, precisamos ganhar a simpatia do auditório. Nesse caso, urge prepararmos mentalmente aquilo que vamos proferir em público. Um orador, sem critério, não chega a lugar nenhum. No final do discurso, o público poderá dizer: “falou, falou, mas não disse nada”.

Uma transmissão primorosa. Aqui, devemos ter em mente a postura do orador diante de seu público. São os seus gestos, o timbre de sua voz, o modo como estabelece contato visual com o seu público etc.

 

11 novembro 2011

5 Falas dos Líderes

1) Os líderes falam quando há muita coisa em jogo

Depois de uma tragédia nacional, quando uma empresa lança um novo produto, quando um problema de difícil solução surge no centro das atividades de uma organização, é a hora de o líder discursar e fazer a diferença.

2) Os líderes falam como representantes de suas organizações

Os líderes têm que ser eles mesmos, mas quando se pronunciam deve atender aos interesses de suas organizações. Por outro lado, o êxito de qualquer empreendimento depende muito da capacidade de persuasão de seu líder.

3) Os líderes falam o tempo todo

Não só quando é convidado para falar na televisão, no rádio ou em teleconferência. É no dia a dia, ou seja, na conversação com o ascensorista, com o copeiro, ele está exercendo o seu papel de líder, porque irá influenciar positivamente ou negativamente essa pessoa com que teve contato.

4) Os líderes falam porque esse é o seu trabalho

Os líderes devem estar sempre atentos para com todos os seus funcionários. Suponha que ele tenha um cientista, que não saiba se comunicar, ou mesmo ser persuasivo. Como irá vender o seu produto? "Conhecimento não é poder; comunicação do conhecimento, sim".

5) Os líderes falam para influenciar e inspirar

Eles não estão demasiadamente preocupados em transmitir uma informação, eles falam para comunicar um ponto de vista, uma orientação ou um entusiasmo particular.

Fonte de Consulta

WITT, Christopher e Dale Fetherling. Líderes de Verdade não Usam PowerPoint: Como Vender suas Ideias e se Autopromover. Tradução de Eduardo Rieche. Rio de Janeiro: BestSeller, 2011.

 

31 outubro 2011

6 Características dos Comunicadores Fora de Série

Organização. Ele não está para perder tempo. Seu objetivo não é impressionar, mas informar, convencer, influenciar, entreter ou esclarecer. Sua mensagem é bem estruturada e claramente definida.

Paixão. O comunicador fora de série exala entusiasmo e convicção. Se ele mesmo não tem paixão pelo seu tema, por que outra pessoa teria? A sua energia contagia e convence.

Carisma. Ele faz tudo ao seu alcance para envolver a plateia. Seduz o seu público com naturalidade.

Naturalidade. Seu estilo está mais próximo de uma conversa do que uma palestra.

Capacidade de entender a plateia. Grandes oradores aprendem tudo sobre a plateia antes de começar a sua palestra.

Determinação para praticar. Quem pratica se desenvolve.

Fonte de Consulta

KOEGEL, Timothy J. Como se Tornar um Comunicador Fora de Série: Aprenda a Fazer Apresentações Excepcionais e Conquiste Qualquer Plateia. Tradução de André Costa. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

 

26 outubro 2011

Cérebro e Pensamento

“Tudo mudou, exceto nosso modo de pensar.” (Albert Einstein)

Folheando o livro Novas Estratégias do Pensamento, de Edward De Bono, tomamos conhecimento que o cérebro só percebe o que está diante dele, geralmente de forma padronizada. Ele responde com padrões fixos. Reagimos ao novo nos termos conhecidos.

Uma pergunta intrigante, retirada deste livro: se você está fazendo bem certa coisa, como essa coisa pode ser ruim? Quando se nos apresentam um problema, tentamos resolvê-lo. Quando algo não vai bem, tentamos acertá-lo. Quando algo está inadequado, tentamos adequá-lo ao padrão. O que fazer quando as coisas estão indo bem? O que é ir bem? Mas, essa mesma coisa não poderia ser melhorada?

Todos estão indo numa certa direção. Se alguém vai em direção contrária, está errado. E, se o que estiver indo em direção contrária, estiver certo? A história não está repleta desses exemplos?

De Bono afirma que: “O cérebro foi concebido para aprender por meio de repetidas exposições. Aos poucos os padrões vão se formando. Depois, esses padrões são usados em ocasiões futuras. A opção pelo padrão apropriado depende do juízo. Não existe no cérebro um mecanismo natural para o pensamento criativo ou para o pensamento projetivo. Queremos saber ‘o que é’ para podermos responder com um padrão rotineiro conhecido e comprovadamente eficiente.”

 

20 setembro 2011

Comunicação: Ênfase

Para direcionarmos a atenção do público sobre determinado assunto, nada melhor do que uma figura e frases de efeito. Eis um exemplo:




PROCURADO VIVO OU MORTO!
BOA RECOMPENSA PARA QUEM
PRENDER O CIGARRO ASSASSINO!
CUIDADO! É DE ALTA PERICULOSIDADE!
JÁ MATOU MILHÕES!



Fonte
: Izidoro Blidstein. Técnicas de Comunicação Escrita. 22. ed. Ática, 2006, p. 92

30 agosto 2011

Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade

Tese: Passar da interdisciplinaridade para a multidisciplinaridade e desta para a transdisciplinaridade.
  • A interdisciplinaridade e multidisciplinaridade estão situadas num plano bidimensional.
  • A transdisciplinaridade situa-se num espaço tridimensional. O conceito de transdisciplinaridade está num nível hierárquico superior, produzido pela ligação de várias disciplinas diferentes em um nível hierárquico inferior.
  • Alguns pesquisadores na fronteira da ciência mente-cérebro começaram a perceber o valor da abordagem transdisciplinar. Por exemplo, uma pessoa formada em física está estudando filosofia, psicologia e lingüística. Quer se aproximar de um conceito científico de “consciência”.
Ver figura abaixo.


Fonte: Compreendendo o Cérebro: Rumo a uma Nova Ciência da Aprendizagem. Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE). Tradução de Eliana Rocha. São Paulo: Senac, 2003, p. 134

19 agosto 2011

Cérebro e Alimentação

Um cérebro jovial precisa de diversidade; a monotonia deixa-o meio atrofiado, pois os seus detectores sensoriais acabam se acostumando com o mesmo tipo de informação. Não percebendo nenhuma surpresa, não faz esforço para aprender, para captar o novo. É por isso que se diz que não devíamos comprar o jornal sempre na mesma banca e nem comer sempre no mesmo restaurante.

Há bons e maus alimentos. Acostumados com os apelos da propaganda, desviamos o foco daqueles produtos que realmente contêm as quantidades de ferro, zinco, cobre, magnésio, e ômega 3, que o cérebro necessita. Deveríamos voltar os nossos olhos para o levedo de cerveja, que contém vitamina B1, a carne vermelha, que contém ferro, o espinafre que contem magnésio, etc. Por preguiça ou comodidade, acabamos suprindo tudo isso com os vitaminados.

Para o cérebro, o café da manhã é a principal das refeições. Depois de 8 a 10 horas de jejum, ele começa o dia com as suas parcas reservas de açúcar. Para turbiná-lo, usemos queijo, pão integral, leite, café, cereais e frutas. Não é recomendável tomar apenas uma xícara de café ou chá. Estudos mostram que a concentração e a eficiência intelectual são maiores nas pessoas que se alimentam bem de manhã. Diz-se, também, que quem toma um bom café da manhã tem menos chance de engordar.

O chocolate amargo, com 50% de cacau, é perfeito para a nutrição do cérebro. O chocolate branco, muito gorduroso, deve ser evitado. Além do mais, o chocolate é relaxante e antidepressivo. Em qualquer momento do dia, quando sentirmos que as nossas energias estão se esgotando, podemos fazer uso de um quadrado ou dois de chocolate amargo, que logo nos sentiremos restabelecidos.

O excesso de sal é causa da hipertensão. Evitemo-lo, temperando os nossos alimentos com mais condimentos naturais, tais como o gengibre e o alho. Esta recomendação serve também para o açúcar. E mesmo que achemos que comemos pouco sal ou açúcar, fiquemos atentos nos produtos que compramos prontos. Por isso, sempre que possível, olhemos o seu rótulo, com as descrições dos ingredientes utilizados.

É no cérebro que se processa o raciocínio. Deixemo-lo sempre ágil e jovial para que o tenhamos pelo resto de nossa vida

Fonte de Consulta

 Um Cérebro para a Vida Inteira. Tradução de Ana Valéria Lessa... et al. Rio de Janeiro: Redear’s Digest, 2010, p. 68 a 105 (Vinte Dias Alimentando o Cérebro)

 

04 agosto 2011

Cinco Palavras para Estimular o Cérebro

1) Dificuldade

Para desenvolvermos novas competências, fixemos objetivos além de nossa capacidade, mas não muito além, pois o fracasso pode prejudicar os planos e nos proporcionar o desânimo, tendo, como consequência, o estresse.

2) Rapidez

A tentativa de solucionar rapidamente exercícios simples é mais estimulante para o cérebro do que a satisfação de resolver problemas complicados.

3) Novidade

Tentemos sempre o desconhecido, pois a rotina emperra muitas das suas engrenagens.

4) Regularidade

"O hábito faz o monge", alerta-nos o anexim. Somente a regularidade permite consolidar o conhecimento adquirido em qualquer domínio: esporte, ensino, lazer etc.

5) Recompensa

É o resultado de todo o esforço de comprometimento pessoal. Pode ser o quadro pintado, os cuidados com a horta, a criação de uma rede social etc.

Fonte de Consulta 

Um Cérebro para a Vida Inteira. Tradução de Ana Valéria Lessa... et al. Rio de Janeiro: Redear’s Digest, 2010, p. 58.

 

29 julho 2011

Técnicas para Liberar a Criatividade

No livro Um Cérebro para a Vida Inteira, encontramos um item bastante importante para ajudar o nosso pensamento. Chama-se: Libere a sua Criatividade. Abaixo vão as técnicas que nos ajudam a nos libertarmos de reflexos e modos de raciocínio habituais.

Brainstorming — Consiste em liberar o maior número de ideias, mesmo as mais despropositadas, evitando todo o tipo de censura para não inibir a imaginação dos participantes.

Analogia — Consiste em verificar as similitudes entre diversas áreas. A Biônica, por exemplo, estabelece as analogias entre o ser vivo e as descobertas tecnológicas, assim como entre os pássaros e os aviões.

Dissociação — Consiste em analisar um objeto ou serviço de modo alternativo. Poder-se-ia ir perguntando como seria se aumentasse ou diminuísse de tamanho, se fosse aplicado em outra função, se fosse modificado etc.

Método dos seis chapéus

Edward de Bono, psicólogo e especialista em criatividade do pensamento, deu origem a essa técnica, que consiste na exploração de uma questão segundo seis esclarecimentos diferentes.

Chapéu branco — descreve fatos e dados, de forma neutra.

Chapéu vermelho — fornece o ponto de vista emocional.

Chapéu preto — ressalta os riscos e as fragilidades de uma ideia.

Chapéu amarelo — antecipa os pontos de vista positivos e as vantagens.

Chapéu verde — oferece o ponto de vista criativo.

Chapéu azul — conduz o debate. Seu papel é reunir as argumentações para extrair uma visão global. 

Fonte de Consulta

Um Cérebro para Vida Inteira. Tradução Ana Valéria Lessa... e al. Rio de Janeiro: Reader’s Digest, 2010, p. 278

 

 

28 maio 2011

Bom Português, O

“A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua.” (Rui Barbosa)

Por que estimular o erro, como querem os autores do livro Por uma Vida Melhor (adotado pelo MEC), da Coleção Viver, Aprender, publicado pela Editora Global, e distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas? Não seria mais produtivo incentivar o "bom português", que exige ESFORÇOS de aprendizagem?

Para eles, não existe certo ou errado na língua portuguesa. A norma culta, baseada na gramática, é só mais uma entre as várias maneiras de se expressar. Acham que chamar atenção do aluno, que se expressou de modo incorreto, é “preconceito linguístico”.

Propor o certo combate o que está errado. Cada um de nós, mesmo não sendo professor da língua portuguesa, pode auxiliar na propagação da norma culta, que é a forma linguística que todo povo civilizado possui, e é a única que assegura a unidade da língua nacional.

Exercitemos o "bom português". Façamos esforços para falar e escrever corretamente. Não nos deixemos enganar pelas pessoas que pregam que a norma culta é privilégio das elites, da classe dominante.

 

20 abril 2011

Argumentar: Convencer e Persuadir

Em se tratando de oratória, o primeiro passo é ganhar a confiança do auditório. Para tanto, não se deve ir diretamente ao assunto, mas, com habilidade psicológica, preparar o ânimo do ouvinte para o que há de vir. Enunciar o tema, fazer alusões e contar alguma passagem pitoresca são fundamentais no início de uma palestra.

Na elaboração de um discurso, surgem três palavras, intimamente ligadas, que são: argumentar, convencer e persuadir. Pode-se dizer que argumentar é convencer e persuadir. O argumento é ou um raciocínio destinado a provar ou a refutar uma proposição, ou uma razão isolada apresentada a favor ou contra uma tese. A argumentação é ao mesmo tempo a maneira de expor uma série de argumentos e a série que decorre da exposição.

Convencer e persuadir são termos distintosConvencer é dissuadir o público com provas lógicas indutivas (exemplos) ou dedutivas (argumentação); é ganhar a adesão do ouvinte para o nosso modo de pensar; é expor razões que o leve a comungar com o nosso modo de pensar. A persuasão é apresentar argumentos apelando para a emoção do interlocutor com o objetivo de conseguir sua adesão. Há, assim, dois grandes campos estratégicos: o do convencimento, que lida com fatos, informações, esclarecimentos, e o da persuasão, que gerencia emoções e relacionamentos.

Em suas argumentações de convencimento, o orador deve também propor uma mudança na “visão tubular” que o ouvinte recebe diariamente da mídia. Ele precisa fornecer informações, teses e argumentos que levem o ouvinte a pensar de forma diferente daquela que nos querem passar os grandes meios de comunicação de massa. Em outras palavras, ele deve transformar em conhecimento o fluxo de informações que surgem de todos os lados.

O bom orador é aquele que sabe gerenciar as informações, dosando razão e emoção, para convencer com mais propriedade.

 

 

15 abril 2011

Abrir a Mente para Aprender Mais

Tese: o cérebro é sempre avesso à mudança.

“O progresso pessoal implica a libertação de coerções.”

Em nosso cérebro foram automatizadas diversas reações, que se tornaram regras, quase que obrigatórias. Quando nos propomos a aprender algo novo, a primeira reação é frear essa atitude, essa disposição, pois o cérebro está acomodado com o velho, com o tradicional, com o mecânico. É preciso que o aprendiz faça um esforço para o novo, para a novidade.

No começo, não é tarefa fácil vencer a inércia desses movimentos automatizados ao longo de vários anos. Contudo, aquele esforço inicial pode quebrar essa norma, essa regra. Uma vez vencida a negação do novo, aí o cérebro começa a produzir mais, pois ele toma o novo como regra, como comportamento. Assim, o que no começo parecia impossível, desfaz-se com a perseverança nos estudos sérios.

A lei do aprendizado é a lei da ampliação. Conforme o aprendiz for recebendo dados, através de leituras, de aulas, de palestras, o cérebro vai requerendo cada vez mais, pois o interesse depende muito do que se conhece anteriormente. Essa lei da ampliação assemelha-se à Parábola do Grão de Mostarda, em que a menor das sementes produziu a maior das árvores.

Em termos de palavras, de estudo, de leitura, uma coisa puxa a outra. Isto aciona o cérebro. Ele pede por esclarecimento. Numa leitura de estudo, encontra-se uma dúvida. Ao pretendermos dirimi-la, vamos em busca de mais leituras, de mais informações. E, no meio dessa pesquisa, podemos encontrar conhecimentos que nem imaginávamos obter. No começo tudo é difícil. Uma vez domado o cérebro, ele começa a produzir cento por um.

Não temamos as contradições e os conflitos. Quanto mais informações a memória possuir, mais conseguirá integrá-la com outros conhecimentos, fazendo uma síntese perfeita de tudo o que aparecer à sua frente.

 

Persuasão na Religião

 "Enquanto a retórica profana está sujeita às críticas e às contradições, a retórica religiosa sofre a 'ilusão da reversibilidade'”.

Na retórica convencional, um orador expõe o seu tema, defende a sua tese, analisa os prós e os contras de um determinado assunto. Depois de proferida a sua peça oratória, segue-se o debate, a troca de informações. Em linguagem técnica, diz-se que há uma reversão do processo comunicativo, ou seja, emissor e receptores interagem. Caso os argumentos não tenham sido convincentes, há reprovação, negação e reprimenda por parte dos ouvintes.

Na retórica religiosa, o orador não fala de si ou por si, mas como intermediário de Deus. Pergunta-se: o público vai contestar Deus? Não vai. A princípio, o ouvinte poderia contestar o padre, o pastor ou o rabino. É aqui que entra a “ilusão da reversibilidade”. Dá-se a impressão que ele está contestando, mas no fundo o que há é uma aceitação, pois os padres e os pastores falam em nome de Deus; eles são intermediários do Altíssimo.

Adilson Citelli, em Linguagem e Persuasão, cita alguns mecanismos que acentuam a persuasão no discurso religioso:

Uso do modo imperativo o que revela a ideia de coisa pronta, acabada;

O vocativo subjacente que afirma o chamamento ao sujeito. Como exemplo, o Credo católico;

A função emotiva (afinal eu devo acreditar, ter fé; o problema da salvação está comigo, o Senhor é o exemplo a ser seguido);

O uso de metáforas que acentuam o ciframento do discurso religioso: a mansão dos mortos e o ressuscitamento de todos só criam um jogo simbólico acerca do inusitado do dogma;

Uso intenso de parábolas e de paráfrase; de um lado, a evolução alegórica, e, de outro, a presença do texto simbólico;

Uso de estereótipos e chavões que possuem a força daquilo que Umberto Eco chama de sintagmas cristalizados: “Oh! Senhor”, “todo-poderoso”, “criador”, “nosso Senhor”. (1)

Fonte de Consulta 

(1) CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. 16.ed., São Paulo: Ática, 2007.


 

 

08 abril 2011

Faça Agora: Eficiência Pessoal

“O óbvio é aquilo que nunca é visto até que alguém o exprima de maneira simples.” (Kahlil Gibran)

Faça agora: por que deixar para depois? Esta é a ordem para aproveitarmos melhor o tempo que nos é facultado. Quanto mais adiarmos, principalmente as tarefas incômodas, mais teremos (no futuro) que ficar pensando no passado, pois para trás ficaram questões sem solução.

Se adquirirmos o hábito de responder uma carta, um e-mail, na primeira leitura, esta preocupação desaparece de nossa mente. Resolvendo o problema, haverá menos itens pendentes em nossas atividades, e teremos mais tempo para outros interesses de nosso Espírito.

Ressalva: há demandas que necessitam de mais estudo e de mais meditação. Nesse caso, o bom senso deve prevalecer.

Kerry Gleeson, em Programa de Eficiência Pessoal, dá-nos algumas dicas:

Para superar o adiamento:

Faça uma só vez; 

Clareie a sua mente;

Solucione os problemas enquanto eles são pequenos;

Reduza interrupções;

Elimine pendências;

Comece a operar em relação ao futuro em vez do passado;

Pare de se preocupar.

Lembra-nos, também, dos ladrões de tempo em uma reunião:

Os participantes não são adequados;

Reuniões demais;

Não há agenda;

Atas mal escritas ou inexistentes;

Conversa e discussões inúteis;

Não há decisões;

As reuniões não começam na hora;

Não termina na hora certa;

Leva mais tempo do que o previsto.·        

Mais anotações deste livro:

A maioria das pessoas acha que provavelmente precisará das coisas que guarda. Guarda mas não lê. Por que guardá-las? Por que mantê-las organizadas?

Para lidar melhor com a papelada, organize seus papeis e arquivos pela frequência de uso.

O escritório é onde você está não onde ele está. O trabalho é algo que você faz, não um lugar para onde você vai.

“Você não pode fugir da responsabilidade de amanhã esquecendo-se dela hoje”. (Abraham Lincoln)

“Se você esperar que as pessoas venham até você, só verá problemas pequenos. É preciso descobri-los. Os grandes problemas estão onde as pessoas não percebem que têm um problema”. (W. Edwards Deming)

Fonte de Consulta

GLEESON, Kerry. Programa de Eficiência Pessoal. Tradução de Brasil Ramos Fernandes. 2. ed., São Paulo: Makron Books, 2001.

 

 

01 abril 2011

Agrupamento de Palavras

A leitura exercita a mente, evoca imagens, a emoção e, principalmente, a razão. Um bom método é organizar as palavras em organogramas visuais. Gabriele Lusser Rico chamou esta técnica de “agrupamento”.

Esta técnica consiste em liberar nossa criatividade, muitas vezes embotada em nosso interior. Espalham-se as ideias numa página, mantendo próximas as que se relacionam, e afastadas as que se relacionam remotamente.

Objetivo: fazer com que a mente vagueie livremente entre conceitos. Como a estrutura é aberta, podemos acrescentar quantas ideias quisermos.

EXERCÍCIO: pegue uma folha de papel e, no centro, escreva a palavra liberdade. Eis um desenho extraído de Tom Wujec, Manual de Ginástica Mental, pela Editora Best Seller, página 107.



12 março 2011

Debate e Refutação

“A destruição dos falsos conhecimentos não acontece sem sofrimento.”

Debater não é combater. Debater é trocar ideias, palavras, argumentos. Na antiguidade grega, o nascimento do debate coincidia com o nascimento do logos. Argumentar é reconhecer a legitimidade de uma outra argumentação. Para tanto, devemos ter mente o que se pode refutar e o que não se refuta. O debate exige certas regras de comportamento. Não podemos falar a esmo, sem nexo, sem demonstração do que estamos expondo.

O que não se refuta? 1) Não se refuta o vago, ou seja, não se refuta frases relativistas, tais como: “há gosto para tudo”, “tudo tem um lado bom e um lado ruim”. 2) Não se refuta uma demonstração, ou seja, quando o cálculo e a experiência podem decidir, a discussão é inútil. 3) Não se refuta uma filosofia, ou seja, o emprego dos mesmos termos não garante a identidade. Há necessidade de verificar não só o texto, mas o contexto em que cada autor está trabalhando.

Refutar não é polemizar. Enquanto a polêmica leva-nos ao combate, a refutação leva-nos ao raciocínio, à elaboração de argumentos racionais. Polemizar é a ideia de um combate entre inimigos em que alguém tem que sair vencedor. Enquanto a polêmica opõe pessoas, a refutação diz respeito a ideias.

Em se tratando da refutação, há a refutação sofística e a refutação filosófica. A refutação sofística procura armar ciladas para vencer o adversário. Faz uso, inclusive, de argumentos ilícitos. Conforme nos ensina Hegel, em sua dialética, a refutação filosófica não é um aniquilamento, mas uma contraposição de teses, em que o negativo se torna positivo, na medida em que nos permite ir mais adiante. Nesse caso, a verdadeira refutação leva-nos a uma purificação do saber, purificação esta que nos liberta dos falsos saberes.

Não nos esqueçamos de que a linguagem filosófica deve ser submetida à exigência da verdade. Empenhemo-nos, assim, em convencer o auditório através de argumentos racionais em vez de persuadi-lo por meios irracionais.

Fonte de Consulta

RAFFIN, Françoise. Pequena Introdução à Filosofia. Tradução de Constância Morel e Ana Flaksman. Rio de Janeiro: FGV, 2009. (Coleção FGV de bolso. Série Filosofia)

 

Descobrir Talentos

“Descobrir os talentos, estimular seu progresso e tornar conhecidas suas potencialidades” atende a dois objetivos: os indivíduos são ajudados a se realizarem e a sociedade é enriquecida.

Desde tempos remotos, as diversas culturas têm procurado desenvolver talentos. A Igreja Católica medieval, por exemplo, educou muitos de seus cardeais e papas, vindos de origem humilde. Todos, na sociedade, deveriam se engajar nesse processo de desenvolver a si mesmo e os talentos ao seu derredor. Não resta dúvida que o problema principal da educação é a presença do mau professor em sala de aula.

Embora não seja regra, o talento exige estímulo. Quantas não são as pessoas que se destacaram em certas carreiras, movidas simplesmente pelo apelo de seu professor, de seu chefe ou mesmo de seu maior amigo? Isso não quer dizer que a alta capacidade esteja sempre acompanhada de alta motivação. Devemos ter em mente que o encorajamento sempre ajuda. Nada dizer pode ou não ajudar.

Descobrir talentos implica maximizar a diversidade. Uma diversidade máxima resulta num máximo valor social. Todos os indivíduos têm uma missão, grande ou pequena, no mundo em que vivemos. Uns nasceram para as artes, outros para as ciências, outros para os serviços braçais. Todos têm utilidade no cômputo geral da sociedade. O nosso papel é encorajar cada um a buscar os seus próprios objetivos na vida.

Em se tratando do talento, lembremo-nos de que formular problemas é mais importante do que resolver problema. Formular problema brota do indivíduo; resolver problemas, vem dos outros.

Fonte de Consulta

WOLFLE, Dael (org.). A Descoberta do Talento: Estudo sobre o Desenvolvimento Excepcional das Habilidades e Capacidades Humanas. Rio de Janeiro: Lidador, 1971.

 

 

18 fevereiro 2011

Aprendizagem pela Ação

aprendizagem pela ação é uma ferramenta de solução de problemas que tem a capacidade de formar, ao mesmo tempo, líderes, equipes e organizações bem-sucedidas. Esta técnica é utilizada por empresas, tais como, Boeing, Samsung, por instituições públicas e por pequenas e médias empresas em todo o mundo.

Trabalha-se com pequenos grupos.

Os componentes: 1) PROBLEMA; 2) GRUPO; 3) PERGUNTAS; 4) AÇÃO; 5) APRENDIZADO; 6) TREINADOR.

Problema: projeto, dificuldade, oportunidade, questão ou tarefa.

Grupo: composto de 4 a 8 pessoas, com formações diversas, para ter várias perspectivas do assunto em questão.

O processo de questionamento investigativo e do ouvir reflexivo. Aqui, o questionamento está acima das afirmações e opiniões. Deve-se focar a pergunta certa, não a resposta certa.

Ação para resolução de problema. Requer que o grupo seja capaz de tomar providências em relação ao problema no qual está trabalhando. Se o grupo servir apenas para fazer recomendações, perderá sua energia, criatividade e dedicação.

Compromisso com o aprendizado. O aprendizado alcançado por meio desse processo tem maior valor estratégico para a empresa do que a vantagem tática obtida com uma correção prematura do problema.

O treinador da metodologia. O treinador é necessário para que o grupo se concentre no mais importante (isto é, o aprendizado) e também no que é urgente (a solução do problema). Por meio de uma série de perguntas, o treinador induz os membros do grupo a refletirem sobre sua forma de ouvir, como reformularem o problema e como dão feedback uns aos outros.

De acordo com o autor, o poder da aprendizagem pela ação atinge o auge quando os seis compromissos estão em operação.

Fonte de Consulta

MARQUARD, Michael J. O Poder da Aprendizagem pela Ação: Como Solucionar Problemas e Desenvolver Líderes em Tempo Real. Tradução de Anna Lobo. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2005.