Autoconsciência. Conhecer a própria
voz e suas possibilidades será a primeira atitude do expositor que deseje
educá-la, para que se faça agradável a quem ouve. A experiência de pessoas que
ouviram a própria voz gravada é de que a maioria manifesta estranheza, onde se
conclui que a maioria desconhece os recursos verbais de que dispõe.
Respiração. A base da voz é a respiração. A respiração correta é
aquela que enche os pulmões de ar, aumentando o fôlego. Para
isso, deve-se respirar através do diafragma, ou, pela barriga. Pulmões
repletos permitem um alcance maior de voz, que, assim, ganha em poder. Educar
a saída do ar. A garganta e a boca devem se abrir farta e
tranquilamente, ao falar; todos os músculos faciais e o aparelho de fonação
necessitam estar relaxados, para evitar mudanças e defeitos de voz, como
hipertonia vocal (falar alto em demasia) ou hipotonia (falar muito baixo).
Pronúncia,
pontuação e entonação. Pronúncia. Dizer as palavras
inteiras, evitando “engolir” sílabas, sobretudo as de final de frase, mantendo
ritmo e tonalidade. Pontuação. É profundamente vinculada à
respiração. O ideal é dizer o texto em tom conversativo, de modo natural e
respirando nos pontos e pontos-e-vírgulas. Entonação. O “colorido”
da voz que deverá variar, de maneira a não tornar monótona a palestra,
cansando o público. Há vários tipos de tonalidade, que podem ser treinados pelo
expositor: a voz de ouro, de prata, de bronze e de veludo.
Sinal
enfático. O orador deve saber não apenas entonar a voz
de acordo com a emoção do assunto, mas precisa também dar às palavras a ênfase
que merecem. Uma frase pode ter seu sentido completamente adulterado, se não
colocarmos o sinal enfático no lugar certo. Atentando na pergunta: “Você abriu
a porta?”, se a ênfase for dada a você, a pessoa indagada
será influenciada a responder: “Sim, eu”. No caso de abriu, ela
responderá: “Sim, abri” e em porta, ela retrucará:
“Sim, foi a porta”.
Um
exemplo. Analisemos a seguinte frase: “Lá os vi, em
uma sala menor, talvez que metade desta, seis, ou oito, sentados nas camas onde
dormiam”. Lá os vi (pausa, ergue-se um pouco a voz, quando se
pronuncia a sílaba vi); em uma sala menor (no em uma volta-se
ao tom anterior, erguendo-se quando da última sílaba nor, no
mesmo tom da anterior vi); talvez que metade
desta (aqui estamos num parêntese, o tom deve
descer para diferenciar-se bem do tom das palavras anteriores, baixando-se a
voz em desta, e pausa curta); seis, ou oito (volta-se
ao tom anterior, aumentando-lhe um pouco quando se pronuncia) ou oito (prolongando-se
na sílaba oi; pausa); sentados nas camas onde dormiam (baixa-se
a voz, prolonga-se na sílaba ta, pronunciando-se o resto da frase em tom
normal, baixando afinal em iam, pois é o fim
do período).
Educação
da voz. Segundo o Espírito Emmanuel, deveríamos
“educar a voz, para que se faça construtiva e agradável”. Quem se preocupa com
a palavra, aumenta suas chances como orador.
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