Símbolo -
do gr. symbolon = neutro - vem de symbolé‚ que
significa aproximação, ajustamento, encaixamento, cuja origem etimológica é
indicada pelo prefixo syn, com e bolé, donde vem o
nosso termo bola, roda, círculo. Referia-se, deste modo, à moeda usada como
sinal. O símbolo é, pois, tudo quanto está em lugar de outro. Comunicação -
do lat. communicatio, de communis = comum -, ação
de tornar algo comum a muitos. É o estabelecimento de uma corrente de
pensamento, dirigida de um indivíduo a outro, com o fim de informar, persuadir
ou divertir.
A comunicação de uma ideia deve estar inserida
dentro do contexto simbólico do ouvinte. Observe, por exemplo, o anúncio de uma
nova descoberta científica a um grupo de indígenas. É preciso muito tato e
muita sabedoria para fazê-los entender, visto pertencerem a um universo de
valores diametralmente oposto ao discurso científico. Às vezes, essa distância
é tão grande, que torna inviável qualquer comunicação.
O homem é um animal simbólico. Fabrica mitos,
ídolos, salvadores da pátria, e vive de acordo com essas concepções. Há, na
Filosofia, a simbólica, ou seja, uma matéria voltada para o estudo
da gênese, do desenvolvimento, da vida, da morte e da ressurreição dos
símbolos. A simbólica tem por objetivo descobrir o que está escondido atrás dos
ritos e dos dogmas sob emblemas tão diversos. Por isso, utiliza-se do
método dialético-simbólico, no sentido de, através da analogia,
tornar compreensível o processo mágico, as fantasias e os mistérios.
O símbolo é a espécie e o sinal o gênero. Quer
dizer, todo símbolo é sinal, mas nem todo sinal é símbolo. Para que o sinal
seja símbolo ele tem que estar no lugar de outro. O sinal pode ser apenas
convencional, arbitrário. O símbolo, não. Este deve repetir, analogicamente,
algo do simbolizado. Além disso, o símbolo é meio de acesso às realidades
pessoais, misteriosas e inacessíveis a uma observação direta e imediata. Por
exemplo: o signo bandeira simboliza os vários graus de heroísmo.
O homem, praticamente, não dispõe de um símbolo
mais privilegiado para a comunicação do que a palavra. Imagine um indivíduo
feito uma estátua. Nessa circunstância, é difícil sondar-lhe o pensamento e o
sentimento. Porém, ao se expressar, torna-se logo conhecido. Além da
transmissão de conteúdo, a palavra é muito mais um instrumento de comunicação
espiritual: faculta ao ouvinte a elaboração de novas ideias sobre o discurso
proferido.
A palavra é um dom divino. Revistamo-la da
simbologia necessária, mas não nos esqueçamos de que ela deve ser usada para
instruir, educar e elucidar as almas que nos rodeiam.