Metáfora é uma figura de linguagem, é uma
comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma ferramenta
linguística muito usada no dia-a-dia. Pesquisa recente mostra que o ser humano
usa, em média, quatro metáforas por minuto.
Suponha uma dada
viagem: ir a um país distante ou a outro Estado. Como proceder? Depois de ter
comprado as passagens, caso fôssemos de ônibus ou de avião, temos que pôr os
nossos pertences, ou seja, roupas, sapatos, artigos de higiene pessoal, livros,
aparelhos digitais, em uma mala. Se optarmos por uma mala grande, podemos
jogar as coisas de qualquer jeito. Ainda assim sobrará espaço. Se a mala for
pequena, teremos mais trabalho para arrumar.
Na mala grande,
não havíamos nos deparado com a escassez; na mala pequena, ela aparece, ou
seja, escassez de espaço. Esta metáfora pode ser aplicada em muitos aspectos de
nossa vida. O tempo, por exemplo, é bem ilustrativo. Se temos muito tempo
livre, podemos assistir a um filme, ir ao teatro, passear pelo campo etc. O
tempo limitado, faz-nos cortar um ou outro evento.
Observe, também,
a exposição de uma palestra. Quando os organizadores de um evento qualquer
limitam o tempo dos palestrantes, estes são obrigados a cortar aqui, tirar algo
ali, esforçando-se para que o assunto caiba dentro do tempo disponível.
O que podemos
aprender com isso? Para que possamos tirar o máximo proveito das coisas,
cortemos sempre o supérfluo. Lembremo-nos de José Ortega y Gasset, que diz:
"A lei seca da arte é esta: 'Ne
quid nimis', nada além do
necessário. Tudo o que é supérfluo, tudo aquilo que podemos suprimir sem
alterar a essência é contrário à existência da beleza."
&&&
Conta-se uma
fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra
numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta
do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora
pesada.
Pelo caminho
encontrou um transeunte que lhe perguntou: 'Cansado viajante, por que carrega
essa pedra tão grande?'
'É estranho',
respondeu o viajante, 'mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava.'
Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.
Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou: 'Diga-me, cansado viajante,
por que carrega essa abóbora tão pesada?'
'Estou contente
que me tenha feito essa pergunta', disse o viajante, 'porque eu não tinha
percebido o que estava fazendo comigo mesmo.' Então ele jogou a abóbora fora e
continuou seu caminho com passos muito mais leves.
Um por um, os
transeuntes foram avisando-o a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele
foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como
tal. (Qual era na verdade o problema dele? A pedra e a abóbora?)
Não.
Era a falta de
consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias,
livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o
problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de
se estranhar que estejam tão cansadas!
O que são
algumas dessas cargas que pesam na mente de um homem e que roubam as suas
energias?
a. Pensamentos
negativos.
b. Culpar e
acusar outras pessoas.
c. Permitir que
impressões tenebrosas descansem na mente.
d. Carregar uma
falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado.
e. Auto-piedade.
f. Acreditar que
não existe saída.
Todo mundo tem o
seu tipo de carga especial, que rouba energia. Quanto mais cedo começarmos a
descarregá-la, mais cedo nos sentiremos melhor e caminharemos mais
levemente."
Extraído do
livro "Psycho-Pictography", de Vernon Howard.
Publicado em: http://metaforas.com.br/a-mala-de-viagem
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