Tese: o amor visto sob diversos ângulos
"O Banquete", de Platão, é um livro de diálogos de Platão
atribuído a ele mesmo e não a Sócrates, seu mestre. Trata-se dos sete discursos
a respeito do deus Eros, o deus do amor. Diz-se que depois de muitas festas e
bebedeiras, resolveram instituir uma trégua, no sentido de falarem sobre
determinado tema, no caso o amor, sugerido por Erixímaco. Os oradores foram:
Fedro, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Agaton, Sócrates e Alcibíades.
Qual a importância de "O Banquete" para a oratória? O mesmo
tema visto por diversos ângulos. A sua dinâmica abre-nos a mente para outros
temas de igual valor. Observe a técnica de cada um dos oradores: o começo de
cada discurso refere-se ao anterior ou aos anteriores. Cada novo participante
diz: o orador que me precedeu falou dessa maneira, mas eu vou partir para este
outro caminho. O mesmo deveríamos fazer quando formos convidados a falar,
juntamente com outros oradores, de um mesmo assunto.
Fedro, o primeiro orador inscrito, coloca Eros como um dos mais antigos
deuses que surgiram depois do Caos da terra, enaltecendo as suas qualidades.
Pausânias, o 2.º orador, critica o elogio a Eros, afirmando que existe mais de
um Eros, o Eros Celeste e o Eros Vulgar.
Erixímaco, o 3.º orador, educado nas artes médicas, discorda do discurso de
Pausânias, e diz que o Eros não existe somente nas almas dos homens, mas também
na Natureza dos corpos. Aristófanes, o 4.º orador, desenvolve a tese dos
andróginos, em que o masculino e o feminino estão no mesmo ser. Agaton, o 5.º
orador, discorre sobre a natureza do amor, em que "os semelhantes procuram
os semelhantes", ou "os contrários procuram os contrários".
Sócrates, o 6.º orador, por sua vez, o mais importante dentre os homens
presentes, diz que na juventude foi iniciado na filosofia do amor por Diotima
de Mantinea. "Dela hauri toda a ciência que possuo sobre o amor". Ele
fala que sendo o Amor, o amor de algo esse algo é por ele certamente desejado.
Mas este objeto do amor só pode ser desejado quando lhe falta e não quando
possui, pois ninguém deseja aquilo de que não precisa mais. Alcibíades preferiu
mais fazer um elogio a Sócrates do que descrever sobre o amor.
Fonte de Consulta
PLATÃO. O Banquete. Edipro de Bolso, 2007.
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