Rabindranath Tagore, poeta e prosador indiano, incentiva-nos a formular
perguntas-chaves — O quê? Por quê? Como? Onde? Quando? — antes de iniciarmos um
novo empreendimento. O quê? — Refere-se ao objeto (automóvel, livro, casa) que
iremos produzir. Por quê? — Refere-se à finalidade de tal produção. Quando? —
Refere-se ao tempo que o produto irá aparecer no mercado. Onde? — Refere-se aos
lugares que os produtos serão lançados. Como? — Refere-se à técnica, à maneira
como os produtos serão produzidos. Exemplo: em se tratando de um lava-rápido,
podemos optar pela máquina, pela mão de obra, ou pela união dos dois. Como
estudar e como aprender refere-se às técnicas de estudo, ensino e
aprendizagem.
Estudar é aplicar a inteligência para
aprender. É concentrar todos os nossos recursos pessoais na captação e
assimilação de dados, relações e técnicas inerentes ao domínio de um problema.
Quando alguém nos faz uma proposta, dizemos: "Vou estudar o caso",
"vou pensar no assunto". Estudar é muito mais do que ler, pois
implica raciocinar sobre o tema em questão. Aprender é o
resultado, a produtividade do estudo. Diz-se, também, que é mudança de
comportamento.
O termo como caracteriza a técnica. Em se tratando de
estudar, há quatro fases, a saber: 1) apreensão e captação dos dados:
deve ser feita mediante o maior número de vias sensoriais possível (visão,
audição, tato, paladar e olfato); 2) retenção e evocação dos dados:
não é somente tomar notas e memorizar, mas classificá-los coerentemente;
3) elaboração e integração dos conceitos e critérios resultantes:
os dados devem ser interligados de forma racional e objetiva; 4) aplicação
do aprendizado em outros campos de interesse: o aprendizado em matemática
deve ser utilizado em Química, Biologia, Física etc.
No como aprender, tenhamos em mente os princípios
fundamentais da aprendizagem. Eles são: 1) é preciso que a pessoa sinta
necessidade de adquirir conhecimento; 2) que aprenda a fazer as coisas, fazendo
também; 3) parta do conhecido para o desconhecido, do simples para o complexo.
Suponha que queiramos aprender a equação matemática, indo do simples para o
complexo, do conhecido para o desconhecido. Comecemos pela equação: y = ax (1.º
grau); depois, y = ax2+bx+c (2.º grau); posteriormente, y = ax3+bx2+cx+d
(3.º grau). Para chegarmos ao 3.º grau, polinômio, tivemos que passar pelos
graus anteriores, de menos dificuldade de compreensão. O mesmo aconteceu com o
Espiritismo. Allan Kardec, pedagogo que era, dizia que quando fôssemos falar de
Espírito para uma pessoa que nunca ouviu falar de Espiritismo, deveríamos
fazê-lo perceber primeiro a realidade espiritual, para depois entrar em
pormenores sobre os Espíritos propriamente ditos.
A psicologia da cognição fornece-nos subsídios valiosos para uma melhor
compreensão deste tema: 1) Tenhamos em mente que o pensar é uma questão de
associação; 2) Um dos mais notáveis aspectos do comportamento humano é a sua
maleabilidade a uma quase infinita capacidade de adaptação comportamental do
indivíduo em situações diversas; 3) incentiva-nos a procurar sempre uma nova
resposta (melhor que a anterior) a uma determinada situação estimuladora, no
sentido de conservar e desenvolver o próprio organismo.
Einstein dizia-nos: "Quem lê demais e usa o cérebro de menos
adquire a preguiça de pensar". Nesse mister, estudar e aprender não se
resume em ler muitos livros, especialmente os romances mediúnicos, mas pensar
no aspecto doutrinário do Espiritismo. Um bom método é colocarmos tudo como se
fôssemos os produtores do filme. Montar, primeiro, em nossa cabeça aquilo que
queremos explicar aos outros. Somente depois, procurar em livros e
enciclopédias.
Não tenhamos receio de enfrentar o desconhecido. Ele nada mais é do que
a nossa aspiração por novos conhecimentos.
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