31 janeiro 2022

Excesso de Opções

Hoje, com o avanço das mídias sociais, os indivíduos acabam se debruçando sobre uma quantidade imensa de opiniões, muitas delas rotuladas de "fake news". As pessoas não se concentram num único foco, mas pulam de uma opinião para outra sem a devida reflexão sobre aquele fato específico. É uma armadilha para o nosso pensamento: parece que estamos ativos, mas na realidade estamos apenas agitados na superficialidade.

Tempos atrás, falávamos de prioridade, que significava primeiríssima coisa; hoje, passamos a falar de prioridades, significando várias “primeiras” coisas. A palavra prioridade deve ser usada sempre no singular, ou seja, nosso pensamento deve ser direcionado para um único ponto, uma única coisa. As prioridades, por outro lado, são muitas. Ampliando-as demasiadamente, chegamos ao seguinte: havendo muitas tarefas prioritárias parece que nenhuma o é.  

O problema das escolhas. A escolha deve ser feita por nós que sabemos a real necessidade do nosso espírito imortal. Todos temos uma missão, pequena ou grande, para cumprir na Terra. E isso deve ficar incrustado em nossa consciência. Abdicar desse direito, para seguir a ordem de terceiros, prejudica o nosso verdadeiro desenvolvimento. Importa mais cumprir os nossos deveres do que agradar todo mundo.

O exemplo do armário. Eis um exercício interessante. Ao olharmos para o nosso guarda-roupa podemos observar uma série de peças que nunca usamos e nem iremos usar. Por que não tirá-las e doá-las a alguma instituição de caridade? Olhemos para a nossa biblioteca: quantos livros não há que nunca foram abertos e nem o serão? Por que não vendê-los em um sebo ou doá-los para instituições de beneficência?

Observemos o tempo que ficamos lendo e ouvindo as publicações do facebook, do twitter, do youtube, do instagram... Estamos sendo teleguiados por essas mídias da internet. Não seria melhor parar, pensar e tentar criar algo, que sendo de nossa cabeça, tem grande validade para o progresso de nosso espírito. A isso poder-se-ia dar o nome de criatividade. Criar, mesmo que partindo de algo que lemos ou ouvimos. Cria-se desde que não se copie.

Estamos atentos às coisas que estão consumindo o nosso tempo? Talvez não percebamos de pronto, mas somos levados para aquilo que está no nosso íntimo.

Fonte de Consulta

MCKEOWN, Greg.  Essencialismo - A disciplinada busca por menos. Tradução de Beatriz Medina. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.